O trabalho no mundo antigo assume
características não muito diversificadas, apesar das várias civilizações (
Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Grécia e Roma ). A rigor, a base das economias
desses povos sempre foi a agricultura e na maioria dos casos as terras
pertenciam aos reis e os trabalhadores quase sempre eram servos ou escravos.
EGITO
O coletivismo foi também um traço importante das
civilizações antigas. Assim foi o sistema econômico do Egito, por exemplo.
O Egito teve na agricultura a grande
concentração do trabalho. Da terra retirava-se o sustento do povo. O Egito foi
o grande celeiro da Antigüidade, favorecidas que foi pelo rio Nilo, pelo adubo
natural, aliados aos diques e canais, que tornaram as terras férteis e generosas.
Os felás partiam cedo para cuidar das plantações de trigo,
cevada e linho. Contavam com um certo desenvolvimento tecnológico quanto as
técnicas de plantio e semeadura. Os metais eram usados para confecção de
instrumentos e os bois puxavam o arado antigo, a charrua. As colheitas eram
boas e parte delas era estocadas nos celeiros do Estado pára posterior
distribuição.
Teoricamente, as terras pertenciam ao faraó. Todavia, a
nobreza tinha de fato a posse da terra. Uma parte da produção chegava a ser
exportada. O comércio era feito entre o Alto e o Baixo Egito. Embarcações
abarrotadas de cereais e produtos artesanais subiam e desciam o rio. Os
artesãos produziam peças do vestuário, objetos de cobre e madeira.Outra área de
atividade que empregava um grande contigente de mão-de-obra eram as imensas
empresas do estado.
Mas o coletivismo egípcio não era completo,
ficando um campo aberto à iniciativa privada. Os mercadores dirigiam
pessoalmente seus negócios; muitos
artífices tinham lojas próprias; e com o correr do tempo, um número cada vez
maior de camponeses elevou-se à condição de lavradores independentes. O governo
continuava a operar as minas e pedreiras, a construir templos e lavrar as
propriedades reais, utilizando para isso grandes contingentes de mão-de-obra.
MESOPOTÂMIA
Na Mesopotâmia a situação econômica e social não
eram sólidas. Muitas guerras enfraqueciam a nação. Era norma que só os
estrangeiros e escravos podiam dedicar-se a atividades comerciais, entretanto,
pior era o tratamento dispensado às classes baixas:
· os servos, que
constituíam a massa da população rural. Alguns deles cultivavam parte das
terras de seus donos e ficavam com uma parte do que produziam. Outros nada
possuíam, nem mesmo um pedaço de terra para cultivar; viviam do trabalho sazonal.
Eram todos extremamente pobres e sujeitos as agruras adicionais de trabalho nas
obras públicas e de serviço militar obrigatório.
· Os escravos, que
formavam uma classe de trabalhadores urbanos, dividiam-se em dois tipos
diferentes: os escravos domésticos, que executavam trabalhos caseiros e às
vezes empreendiam negócios para seus amos, e os prisioneiros de guerra. Estes
suportavam infortúnios maiores, pois permaneciam presos por pesados grilhões e
eram compelidos a trabalhar até a exaustão na construção de estradas, canais e
palácios.
GRECIA
Esparta
A organização econômica de Esparta visava quase que unicamente
garantir a eficiência militar da cidade e a supremacia da classe dos cidadãos.
As melhores terras eram propriedade do estado e, de inicio, tinham sido
divididas em glebas iguais, doadas aos esparciatas* como propriedade
inalienável.
Os hilotas que executavam todo o trabalho de cultivo do solo,
pertenciam também ao estado e eram cedidos a seus donos juntamente com a terra.
Estes eram proibidos de emancipá-los ou vendê-los fora do país. O trabalho dos
hilotas provia o sustento de toda a classe dos cidadãos, a cujos integrantes
não era permitido participar de qualquer empreendimento econômico além da
agricultura. A pouca atividade do estado espartano estava reservada
exclusivamente aos periecos.
Atenas
Uma das características importantes da civilização ateniense era a
sua falta de confortos e luxos. Em parte isso se devia à baixa renda da classe
popular. Professores, escultores, pedreiros, carpinteiros e trabalhadores
comuns recebiam todos o mesmo salário padrão de uma dracma* por dia.
Entretanto, a falta de comodidades importava pouco ao cidadão
ateniense.
Supõe-se freqüentemente que o ateniense era demasiado preguiçoso
ou esnobe para trabalhar arduamente a fim de obter luxo e segurança. Não era
esse o caso. É verdade que havia algumas ocupações às quais ele não se
dedicaria, por considerá-las degradantes ou perniciosas à liberdade moral. Não
ficaria corcunda cavando prata ou cobre numa mina; tal trabalho só servia para
escravos. Por outro lado, é certo que a
grande maioria dos cidadãos atenienses não olhava com desdém o trabalho manual.
Muitos deles trabalhavam em lojas, como artífices independentes.
A despeito da expansão do comércio e do aumento da população, a
organização econômica da sociedade ateniense permaneceu relativamente simples.
A agricultura e o comercio eram, de longe, as ocupações mais importantes. Mesmo
na época de Péricles, a maioria dos cidadãos ainda vivia no campo. A indústria
não era desenvolvida. Conhecem-se pouquíssimos exemplos de produção em grande
escala, e os que existiam relacionavam-se principalmente com a fabricação de
cerâmica e apetrechos de guerra. O maior estabelecimento que existiu parece ter
sido uma fábrica de escudos, de propriedade de um meteco e que empregava 120
escravos. Não havia nenhuma outra com metade do seu tamanho. Os empreendimentos
que absorviam mais mão-de-obra eram as minas, mas eram de propriedade do estado
e arrendadas, em seções, a pequenos empreiteiros, para serem trabalhadas por
escravos. O maior volume da atividade manufatureira era executado em pequenas
oficinas de propriedade de artífices individuais, que produziam seus artigos
por encomenda direta do consumidor.
ROMA
Os escravos romanos não eram considerados propriamente como
homens, mas instrumentos de produção,
como bois ou cavalos que deviam trabalhar para render lucro máximo aos seus
donos. Embora muitos deles fossem estrangeiros educados, os prisioneiros de
guerra, não tinham nenhum privilégio. A política de seus donos consistia em
tirar deles o máximo possível e depois, quando envelheciam e se tornavam
inúteis, libertá-los para que fossem alimentados pelo Estado. Houve, é claro,
exceções, sobretudo como decorrência
efeitos de filosofias humanitárias, como o Estoicismo, Cícero, por
exemplo, afirmava ter grande afeição por seus escravos. Entretanto, os escravos
produziam praticamente todo o suprimento alimentar dos romanos, pois a
contribuição dos poucos
agricultores independentes que
restavam era insignificante. Pelo menos
80% dos trabalhadores empregados nas
oficinas ou fabricas eram escravos ou
ex-escravos.
Mas muitos membros da população servil estavam ocupados em
atividades não produtivas. Um lucrativo de investimento para a classe dos
negociantes era a propriedade de escravos gladiadores, que podiam ser alugados ao governo ou políticos, para
recreação do povo.
O cultivo do luxo exigia também o emprego de milhares de escravos
no serviço doméstico. Um homem de grande fortuna precisava de porteiros,
carregadores de liteiras, mensageiros (pois o Estado não mantinha serviço
postal) criados e preceptores para os
filhos.
São poucas as informações sobre as atividades dos cidadãos comuns
de Roma, os plebeus. O que se sabe é que eram na maioria agricultores, não
pastores, o que se explica facilmente, já que o solo de que dispunham
era limitado e não podiam separar uma
parte para nela colocarem os rebanhos. A organização fundiária e familiar em
Roma, favorecia a concentração da propriedade nas mãos de um único
proprietário, o pater famílias. Estes apenas concediam aos seus dependentes,
servos e escravos emancipados o direito de utilizá-las.
Imagem:
Google
você poderia compartilhar as fontes de referencia desse texto.
ResponderExcluir