quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O TRABALHO NO MUNDO ANTIGO

O trabalho no mundo antigo assume características não muito diversificadas, apesar das várias civilizações ( Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Grécia e Roma ). A rigor, a base das economias desses povos sempre foi a agricultura e na maioria dos casos as terras pertenciam aos reis e os trabalhadores quase sempre eram servos ou escravos.

 

EGITO

 

O coletivismo foi também um traço importante das civilizações antigas. Assim foi o sistema econômico do Egito, por exemplo.

 

O Egito teve na agricultura a grande concentração do trabalho. Da terra retirava-se o sustento do povo. O Egito foi o grande celeiro da Antigüidade, favorecidas que foi pelo rio Nilo, pelo adubo natural, aliados aos diques e canais, que tornaram as terras férteis e generosas.


Os felás partiam cedo para cuidar das plantações de trigo, cevada e linho. Contavam com um certo desenvolvimento tecnológico quanto as técnicas de plantio e semeadura. Os metais eram usados para confecção de instrumentos e os bois puxavam o arado antigo, a charrua. As colheitas eram boas e parte delas era estocadas nos celeiros do Estado pára posterior distribuição.

Teoricamente, as terras pertenciam ao faraó. Todavia, a nobreza tinha de fato a posse da terra. Uma parte da produção chegava a ser exportada. O comércio era feito entre o Alto e o Baixo Egito. Embarcações abarrotadas de cereais e produtos artesanais subiam e desciam o rio. Os artesãos produziam peças do vestuário, objetos de cobre e madeira.Outra área de atividade que empregava um grande contigente de mão-de-obra eram as imensas empresas do estado.

 

Mas o coletivismo egípcio não era completo, ficando um campo aberto à iniciativa privada. Os mercadores dirigiam pessoalmente seus negócios;  muitos artífices tinham lojas próprias; e com o correr do tempo, um número cada vez maior de camponeses elevou-se à condição de lavradores independentes. O governo continuava a operar as minas e pedreiras, a construir templos e lavrar as propriedades reais, utilizando para isso grandes contingentes de mão-de-obra.

 

MESOPOTÂMIA

 

Na Mesopotâmia a situação econômica e social não eram sólidas. Muitas guerras enfraqueciam a nação. Era norma que só os estrangeiros e escravos podiam dedicar-se a atividades comerciais, entretanto, pior era o tratamento dispensado às classes baixas:

 

·     os servos, que constituíam a massa da população rural. Alguns deles cultivavam parte das terras de seus donos e ficavam com uma parte do que produziam. Outros nada possuíam, nem mesmo um pedaço de terra para cultivar; viviam do trabalho sazonal. Eram todos extremamente pobres e sujeitos as agruras adicionais de trabalho nas obras públicas e de serviço militar obrigatório.

 

·     Os escravos, que formavam uma classe de trabalhadores urbanos, dividiam-se em dois tipos diferentes: os escravos domésticos, que executavam trabalhos caseiros e às vezes empreendiam negócios para seus amos, e os prisioneiros de guerra. Estes suportavam infortúnios maiores, pois permaneciam presos por pesados grilhões e eram compelidos a trabalhar até a exaustão na construção de estradas, canais e palácios.

 

GRECIA

Esparta

 

A organização econômica de Esparta visava quase que unicamente garantir a eficiência militar da cidade e a supremacia da classe dos cidadãos. As melhores terras eram propriedade do estado e, de inicio, tinham sido divididas em glebas iguais, doadas aos esparciatas* como propriedade inalienável.

 

Os hilotas que executavam todo o trabalho de cultivo do solo, pertenciam também ao estado e eram cedidos a seus donos juntamente com a terra. Estes eram proibidos de emancipá-los ou vendê-los fora do país. O trabalho dos hilotas provia o sustento de toda a classe dos cidadãos, a cujos integrantes não era permitido participar de qualquer empreendimento econômico além da agricultura. A pouca atividade do estado espartano estava reservada exclusivamente aos periecos.

 

Atenas

 

Uma das características importantes da civilização ateniense era a sua falta de confortos e luxos. Em parte isso se devia à baixa renda da classe popular. Professores, escultores, pedreiros, carpinteiros e trabalhadores comuns recebiam todos o mesmo salário padrão de uma dracma* por dia.

 

Entretanto, a falta de comodidades importava pouco ao cidadão ateniense.

 

Supõe-se freqüentemente que o ateniense era demasiado preguiçoso ou esnobe para trabalhar arduamente a fim de obter luxo e segurança. Não era esse o caso. É verdade que havia algumas ocupações às quais ele não se dedicaria, por considerá-las degradantes ou perniciosas à liberdade moral. Não ficaria corcunda cavando prata ou cobre numa mina; tal trabalho só servia para escravos. Por outro lado, é certo  que a grande maioria dos cidadãos atenienses não olhava com desdém o trabalho manual. Muitos deles trabalhavam em lojas, como artífices independentes.

 

A despeito da expansão do comércio e do aumento da população, a organização econômica da sociedade ateniense permaneceu relativamente simples. A agricultura e o comercio eram, de longe, as ocupações mais importantes. Mesmo na época de Péricles, a maioria dos cidadãos ainda vivia no campo. A indústria não era desenvolvida. Conhecem-se pouquíssimos exemplos de produção em grande escala, e os que existiam relacionavam-se principalmente com a fabricação de cerâmica e apetrechos de guerra. O maior estabelecimento que existiu parece ter sido uma fábrica de escudos, de propriedade de um meteco e que empregava 120 escravos. Não havia nenhuma outra com metade do seu tamanho. Os empreendimentos que absorviam mais mão-de-obra eram as minas, mas eram de propriedade do estado e arrendadas, em seções, a pequenos empreiteiros, para serem trabalhadas por escravos. O maior volume da atividade manufatureira era executado em pequenas oficinas de propriedade de artífices individuais, que produziam seus artigos por encomenda direta do consumidor.

 

ROMA

 

Os escravos romanos não eram considerados propriamente como homens, mas  instrumentos de produção, como bois ou cavalos que deviam trabalhar para render lucro máximo aos seus donos. Embora muitos deles fossem estrangeiros educados, os prisioneiros de guerra, não tinham nenhum privilégio. A política de seus donos consistia em tirar deles o máximo possível e depois, quando envelheciam e se tornavam inúteis, libertá-los para que fossem alimentados pelo Estado. Houve, é claro, exceções, sobretudo como decorrência  efeitos de filosofias humanitárias, como o Estoicismo, Cícero, por exemplo, afirmava ter grande afeição por seus escravos. Entretanto, os escravos produziam praticamente todo o suprimento alimentar dos romanos, pois a contribuição  dos poucos agricultores  independentes que restavam  era insignificante. Pelo menos 80% dos trabalhadores empregados  nas oficinas ou fabricas eram escravos  ou ex-escravos.

 

Mas muitos membros da população servil estavam ocupados em atividades não produtivas. Um lucrativo de investimento para a classe dos negociantes era a propriedade de escravos gladiadores, que podiam  ser alugados ao governo ou políticos, para recreação do povo.

 

O cultivo do luxo exigia também o emprego de milhares de escravos no serviço doméstico. Um homem de grande fortuna precisava de porteiros, carregadores de liteiras, mensageiros (pois o Estado não mantinha serviço postal) criados e preceptores  para os filhos.

 

São poucas as informações sobre as atividades dos cidadãos comuns de Roma, os plebeus. O que se sabe é que eram na maioria agricultores, não pastores, o que se  explica  facilmente, já que o solo de que dispunham era limitado e não  podiam separar uma parte para nela colocarem os rebanhos. A organização fundiária e familiar em Roma, favorecia a concentração da propriedade nas mãos de um único proprietário, o pater famílias. Estes apenas concediam aos seus dependentes, servos e escravos emancipados o direito de utilizá-las.




Imagem: Google



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