quinta-feira, 29 de novembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO: "DURMA PROFESSOR!"


Trabalhar em dois empregos nunca foi fácil. Diziam alguns que sou uma espécie de marajá ao contrário: tinha dois empregos (um numa grande empresa privada e outro como professor) e um único salário. Mas sobrevivi e hoje sou aposentado em ambos, pois contribui para sistemas previdenciários diferentes, setor privado e setor público.

Porém, trabalhar na área de Recursos Humanos de uma grande empresa era bem complicado, pois o tempo todo a gente estava sujeito às  incertezas e surpresas da Lei de Murphy, e ainda se meter a ser professor...

Certo dia, em razão de uma dessas surpresas (relativas ao  processamento da Folha de Pagamento) fiquei “preso” no trabalho um dia, uma noite e metade do outro. Dormi muito pouco e fui para a escola, de ônibus, numa viagem durava mais ou menos 40 minutos. Não deu outra: apaguei.

De repente, com um balanço mais forte do bondão acordei assustado ( os olhos deviam parecer duas pimentas maduras ). Ao meu lado estava uma aluna que gentil e alegremente me acalmou:

- Pode dormir tranqüilo, professor. Não deixarei o Senhor passar do ponto!

 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O OLHAR DA SANTINHA E A GRANDE REPORTAGEM - CRÔNICA


A aurora ainda lembrava a chuva intermitente do dia anterior e parte da noite. A frente fria, em dissipação, trazia em sua retaguarda muito ar frio.

O repórter despertou de uma noite aconchegante, povoada de sonhos e preocupações quanto ao futuro. Ao sentir o sol tímido penetrando pelas frestas da janela, levantou-se depressa, fez o lanche matinal, arrumou-se e, antes de sair, olhou fixamente para a santinha de sua devoção, emoldurada na parede da sala. Nada disse, apenas imaginou a possibilidade de realizar nesse dia uma grande reportagem que o consagrasse definitivamente na equipe do jornal.

A santinha olhava-o candidamente, como a lhe dizer: “Vai filho, vai, realiza teus sonhos...”

Já na rua, a brisa gelava-lhe o rosto. Passou a caminhar pela cidade que iniciava a faina diária, em direção da redação do jornal. Perdido em pensamentos, na praça principal, quase tropeçou num menino que, sentado na areia ainda úmida, cabisbaixo, fazia sulcos no chão, com os dedos.

- Que e isso, garoto? O que faz aqui, neste frio? Perguntou.

- Nada, não. Estou só esperando Deus...

- Como? Esperando Deus?

- É, estou esperando Deus. Minha mãe morreu esta semana, mas antes me disse para não me preocupar, porque Deus viria e cuidaria de mim...

Nesse instante, um homem aproximou-se e dizendo que procurava o menino há algum tempo, tomou-lhe pela mão e o levou.

O sol já quente, os pardais ativos, o buzinaço, o vai-e-vem anônimo, faziam a rotina de mais um dia. Ele, o repórter, ali estático, observava o homem e o menino perderem-se pelos labirintos da cidade, pelos meandros da vida.

O olhar da santinha...

O Deus que veio...

Os meandros da vida...

Assim nasceu a sua grande reportagem!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

UM NEGRO NA PRESIDENCIA DA SUPREMA CORTE DE JUSTIÇA DO PAÍS – CONSIDERAÇÕES.


 As manchetes da imprensa estão estouraram em todo o país, reforçando a informação de que um negro está assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de justiça do país.

Pois é, está todo mundo extasiado com esse feito do magistrado Joaquim Barbosa, que é negro e vem ganhando notoriedade no julgamento do processo do  esquema do mensalão, por sua rigidez e polêmicas, principalmente com Ricardo Levandowysk. Este como revisor do processo e aquele como relator.

Nada a acrescentar a essas notícias.

O que me faz pensar é a respeito dessa insistência em reforçar a condição de Joaquim Barbosa de negro. Numa época em que muito se fala sobre superação dos preconceitos e da eliminação da discriminação racial, parece que há uma espécie de estupefação pelo fato de um negro ser o presidente da mais importante corte de justiça do país. O que é que há? Joaquim Barbosa é negro, sim, mas um ser humano que seguiu todas as trilhas da vida e chegou aonde chegou por seus próprios méritos! Não foi nenhuma concessão da sociedade “branca”.

Sabem o que está por trás de toda essa falação? O preconceito que ainda está arraigado principalmente nos donos da imprensa, isto é aqueles que de fato comandam as empresas donas das grandes mídias do país. Eles não aparecem nem sabemos quem são, mas dão as cartas. Eles fazem eco ao preconceito que ainda está disseminado no seio da sociedade “branca”.

Uma sociedade preconceituosa tem uma postura interessante que escapa à percepção de muitos. É mais ou menos assim: se alguém da favela se destaca em algo há uma exaltação desse feito. Ok. Porém, nas entrelinhas dessa exaltação está implícita outra mensagem destinada aos demais habitantes das favelas, mais ou menos assim: “Olhem, ele conseguiu e vocês não conseguem porque são fracos, preguiçosos, desinteressados e assim por diante. Tem mais é que ralar mesmo!

E assim é o procedimento com as demais parcelas da sociedade que estão nas camadas inferiores da pirâmide social... Ou excluídas... Quando um menino da favela se torna um exímio violinista ele vai imediatamente para os programas televisivos de grande audiência. Transforma-se em exotismo. Assim acontece em todas as áreas. Quais as conseqüências de tudo isso?

As conseqüências resultam na manutenção do status quo da sociedade. A educação permanece como está. Nada muda, apesar da grande falação que há a respeito. É na sala de aula que deve acontecer o reflexo dessa preocupação. E nada! O pensamento é mais ou menos assim: “... E prá que melhorar a escola dessa gente, pois eles nunca sairão desse circulo de pobreza? E se saírem, vão dar trabalho pra gente, melhorar sua visão política, vão concorrer com a gente pelos mandatos políticos, pelos cargos públicos. Vão nos questionar, vão participar de revoltas, vão criticar os programas de TV, vão deixar de ser consumistas... Não vão mais ser iludidos facilmente...”

O sistema capitalista privilegia o TER. Quem não TEM não “É”, quem não tem poder de consumo não “EXISTE”. E as discriminações vão acontecendo, em cascata para toda a sociedade.

Recordo-me do verso de um compositor mineiro contemporâneo, José Paulo Medeiros: “... Se você encontrar os ossos de dois bois, por favor, me diga qual a cor dos dois?...”

A discriminação racial e o preconceito não se combatem apenas com leis. As leis são importantes, não resta dúvida. Porém, a discriminação e o devem ser combatidas culturalmente, num processo de mudança, educacional, ético, dentro para fora de cada pessoa. Eu não sou José, o branco, nem aquele é o amarelo ou o outro o negro ou índio.  As pessoas devem ser chamadas pelo nome. Eu sou o José... E isso é científico, pois o próprio Projeto Genoma até agora identificou pouquíssimos genes responsáveis pela cor da pele. A quantidade é insignificante. Assim a essência do ser humano não é a cor de sua pele, nem a sua origem racial, étnica, econômica, religiosa ou política. É outra coisa, algo que pode ser definido de acordo com a visão filosófica de cada um. Eu diria ser a alma, o espírito, o seu patrimônio cultural, a sua história de vida.

O mais importante na vida e na sociedade é SER: ser GENTE e respeitado como tal.

Parabéns ao ser humano e cidadão Joaquim Barbosa, mui digno presidente do Suprem Tribunal Federal!

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MOMENTO POÉTICO - "ESPREITA"


Hoje

No céu límpido
Ao cair da tarde
Vi a lua brilhante
Envolvida carinhosamente
Por uma nuvem
Que surgiu
Num repente.

Enlevado
Pela imaginação
Percebi
Por um instante
Que já não eram
Lua e nuvem
Mas nos dois...

Eu e você
Quase solitários
Na imensidão...
Apenas uma estrela
Curiosa nos observava
Talvez a espiã
Do mundo
A espreitar
Os nossos momentos
Felizes!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS - PARTE 5


Dos tempos seguintes à Revolução Francesa até a Segunda Guerra Mundial

Após a Revolução Francesa, de 1789, a evolução dos Direitos Humanos sofreu uma série de impasses.

A Revolução viveu um grande paradoxo com a subida ao poder na França de Napoleão Bonaparte. Ele criou um império, dominou parte da Europa e no seu avanço sempre foi recebido como herói, uma vez que destituía os reis e príncipes absolutistas que estavam no poder, associando esse processo ao incremento do Liberalismo.

O fenômeno Napoleão durou pouco e após sua queda, na famosa batalha de Waterloo, os vencedores, a maioria ex-mandatários derrotados pelo general francês, reunidos no Congresso de Viena, trataram de retornar a situação política anterior à, com a volta dos absolutistas ao poder. Apesar das idéias liberais terem ganhado corpo, houve, sim um retrocesso significativo no conceito de direitos humanos. A escravidão continuava viva, e as fábricas eram um centro de desumanização dos trabalhadores que nada tinham de proteção legal.

Tal situação fez surgir o socialismo e só em 1891 a Igreja Católica tomou posição a respeito, com o lançamento da Encíclica Rerum Novarum (Das Coisas Novas), fato que deu inicio ao seu programa chamado de Doutrina Social

A escravidão começou a ser eliminada, principalmente na América Latina, muito mais por interesses econômicos ingleses do que por consciência humana.

O Socialismo Marxista fracassou na tentativa de unir os trabalhadores em torno de um único movimento, mas as Internacionais Socialistas deram origem aos Partidos Socialistas (Moderados) e aos partidos Comunistas (Radicais).

Adveio a Primeira Guerra Mundial, o primeiro grande evento da História de matança em massa e indiscriminada de pessoas não envolvidas nos campos de batalha. E pior a guerra aconteceu por disputas de territórios fora da Europa, isto é, na África e na Ásia (o neocolonialismo). Uma condição meramente econômica, de interesse exclusivo dos capitalistas, a burguesia européia, havida em ampliar seus mercados consumidores para além da seu continente.

Nas guerras os Direitos Humanos são reduzidos a zero.

Depois da Primeira Guerra, o mundo passou a viver a perspectiva de uma nova guerra que poderia acontecer a qualquer momento, tendo em vista que o conflito que durou de 1914 a l918 foi mal resolvido.

Sobreveio, então o que os historiadores chamam, didaticamente, de ”Período Entre Guerras”, que vai do fim da Primeira e o começo da Segunda em 1939. É Período crucial da historia da humanidade, com acontecimentos de forte impacto na vida das pessoas: ascensão do Fascismo na Itália, do Nazismo na Alemanha, do Bolchevismo na Rússia, da Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, da Guerra Civil Espanhola que levou ao poder, como ditador, o General Francisco Franco, e da entrada em cena de outros ditadores como Vargas no Brasil, Perón na Argentina, de Salazar em Portugal e outros. De comum em tudo isso, os Direitos Humanos deixados em último plano, especialmente para os adversários políticos desses ditadores e etnias minoritárias, como os judeus, na Alemanha, vítimas do holocausto.

No Brasil o caso mais emblemático foi o de Olga Benário, companheira de Luiz Carlos Prestes, este líder da Intentona Comunista de 1935. Ela, de origem judaica e militante comunista ao ser presa pela polícia de Vargas foi simplesmente deportada para a Alemanha e entregue aos Nazistas. Num Campo de Concentração, grávida, após dar à luz, foi executada num daqueles terríveis banheiros coletivos, onde em vez da água saías gases tóxicos.

Mais do que nunca estava na hora de uma posição definitiva das nações em relação aos Direitos Humanos. Foi o que aconteceu em 1948.

Voltaremos ao assunto...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MOMENTO POÉTICO E DE RECORDAÇÃO


EU & ELA (PEQUENINA)
 

Eu, ela

A cálida madrugada.

Há silêncio lá fora...

A cidade dorme

Dela é a festa,

Rompendo a quietude

Com suas gargalhadas

Que realçam os poucos

Dentinhos...

Seus olhinhos

Brilham como estrelas

Na penumbra da sala

Iluminando

Seu moreno rostinho,

Fofo, belo, altivo.

Seu corpinho

Esgueira-se confiante

Por entre a desarrumação

Dos brinquedos

Fazendo ouvir, na casa, os ecos

De seu caminhar.

Pouco importa

A madrugada...

O cansaço,

O trabalho do dia seguinte !

... Sou um feliz partícipe

Desse manancial

De vida!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

EU VI E FIQUEI INDIGNADO! ATRAPALHADAS NO PARQUE...














Parque Santos Dumont, aquele parque da minha cidade, pequeno, bonito, colorido, aconchegante. Nele está exposto uma réplica do 14bis, do engenheiro aviador Alberto Santos Dumont, com o qual voou em Paris, no início do Século XX. Nele estão também um dos primeiros aviões Bandeirante e réplicas dos foguetes Sonda em suas varias etapas de desenvolvimento. Legal. Muito Legal mesmo!.

O interior do parque há também duas pré-escolas municipais, além de uma academia ao ar livre. Assim, o que o se vê no parque é o pulsar da vida, desde a menor até a melhor idade. Crianças que vêm à escola, gente que caminha, gente que corre, gente que medita e gente que faz ginástica. Como pano de fundo para essas atividades vivas, o verde, as sombras das árvores, os quero-queros, os bem-te-vis, os pardais e o colorido das flores.

Mas o que tenho visto sempre é o desrespeito à natureza e atitudes que não condizem com o mundo civilizado. Ainda vejo lixo no chão, gente pisando na grama e nas flores. E fatos dignos de registros; o parque tem duas entradas, portarias. Alguns pais que trazem seus filhinhos para a escola, e estão atrasados, ao invés de utilizarem as portarias,  literalmente “pulam as cercas”, onde não há plantas servindo de cercas-vivas, junto com as crianças, para encurtar o caminho. Assim, passam para eles idéias erradas, como o descumprimento das boas maneiras que indicam o uso das portarias e o respeito às plantas.

Fica, para a criança, a idéia de burlar o regulamento e que isso é fácil e pode que acontecer em qualquer circunstância da vida em sociedade.

Não seria o momento para, mesmo atrasado, esse pai dizer para seu filho que seria melhor utilizar as portarias, pois é isso que é o correto? Isso é exemplo de boa educação.

Se for verdade que o exemplo arrasta, não seria o momento de iniciar um círculo do bem? Ou dar continuidade a esse círculo? A minha vontade é de falar com esses país. Mas minha coragem, covardemente, ainda não cresceu o suficiente para tal atitude.

Fico pensando na educação do povo, na educação das crianças, com tantos maus exemplos como esses. Que será desse país que ser grande, não no futuro mas agora!

Resta a minha indignação.
 
 
 
 
 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

MOMENTO POETICO - ALGO FUGAZ


Uma melodia
Toca o sentimento
Uma visão,
Afeta à imaginação.

Saudades...
Do poeta, ladrão de arrebatamentos
Da juventude, seara dos movimentos

Um diálogo sem voz
Um olhar para lugar algum
Uma solidão atroz
Um passado nenhum
Um futuro veloz
Um final comum

Homenagem...
Talvez, nada mais

A mística do dever cumprido
Dos projetos construídos
Desconstruídos
Mantidos

Algo fugaz, apenas... fugaz!

Agora Mercedes canta...
“Gracias a la vida”
É o que devo gritar?
Vazão ao desespero?

Algo fugaz, apenas fugaz...
E... efêmero!

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO DA EVOUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS


QUARTA PARTE

Na Idade Contemporânea – A Revolução Francesa

A Revolução Francesa, de 1789, inaugura a História Contemporânea, que é resultado de um longo processo de transformação, cuja análise não cabe neste espaço.

Século XVIII... Nas primeiras décadas desse Século a França viveu um período de prosperidade, embora sua economia se conservasse agrícola. De sua população, quase 80% vivia no campo. Tal prosperidade durou até os anos 70, quando o país já contava 25 milhões de habitantes. Sua sociedade estava dividida em estamentos (grupos), conhecidos como Estados ou Ordens, a saber:

Primeiro Estado – A Nobreza, com perto de 400 mil pessoas. A ela pertenciam a Família Real, os membros da Corte, os burgueses que haviam comprado títulos de nobreza e os descendentes das antigas famílias feudais. Os nobres não pagavam impostos e exploravam o trabalho dos camponeses, estes semi-escravos.

Segundo Estado – O Clero, que possuía mais ou menos 120 mil membros, com inúmeros privilégios (isenção de impostos, dispensa do serviço militar, tribunais próprios). Estava dividido em alto clero (de origem nobre) e baixo clero (padres pobres)

Terceiro Estado – Formado por 98% da população. Único grupo que recollhia impostos para o Estado, para a Nobreza e para o Clero. Alguns, ainda do tempo do Feudalismo como a corvéia (trabalho gratuito), as banalidades (sobre o uso de equipamentos) e o dízimo (pago à Igreja). Destacava-se nesse grupo a Burguesia, com seus diversos matizes, que será o motor mais potente da Revolução e a artífice da Declaração dos Direitos Humanos.

A crise que estourou nos anos 70 do Século XVIII tinha como base fundamental a desigualdade social. O povo que era quem mais sofria com os impostos. Em seu seio surgiram os movimentos que resultaram na convocação dos “Estados Gerais” para discutir a crise, nos impasses quanto ao sistema de votação e no estabelecimento da Assembléia nacional que, por sua vez, tomou as iniciativas para derrubar o Regime e implantar uma nova ordem política.

Em 14 de Julho de 1789, simbolicamente, houve a Queda da Bastilha e a partir de então a Revolução tomou o seu rumo histórico, que rapidamente se espalhou pelo interior da França, numa onda levantes e revoltas envolvendo camponeses e trabalhadores urbanos jamais vista. A Assembléia, transformada em “Constituinte”, aboliu as leis feudais e suprimiu os privilégios da Nobreza e do Clero.

No dia 26 de Agosto de 1789 a Assembléia proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabelecendo a liberdade e a igualdade de todos perante a lei, um dos princípios defendidos com mais ardor pelos filósofos iluministas.

A Revolução Francesa, como todos sabem se voltou contra seus criadores, principalmente no chamado Período do Terror, quando milhares de pessoas foram mortas na guilhotina, tornando letra morta a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esta permaneceu como um ideal, como símbolo de luta, até a sua consolidação em 1848, pela ONU, Organização das Nações Unidas.

No próximo capítulo, o Século XX e os Direitos Humanos na atualidade.

 

sábado, 10 de novembro de 2012

REFLEXÃO: UM DRAGÃO NA TARDE


Numa tarde de primavera, o sol caminhava rumo ao poente. Poucas nuvens no céu, mas uma delas momentaneamente proporcionava  um espetáculo de rara beleza. Acredito que pouca gente viu, eu, apenas de passagem, pois no interior de um veículo em movimento, rapidamente me embrenhei pelo emaranhado de prédios e sombras da cidade grande.

Mas o que vi, ficou na minha retina e a martelar em minha mente: a cabeça de um dragão perfeitamente delineada e a luz solar amarelada passando por ele desenhava línguas de fogo que se projetava céu afora. Era um dragão fantástico, poderoso, eloqüente e inquietante.

Inquieto, tenho buscado um sentido para essa imagem efêmera no céu, perene no coração. Será que só eu vi? O que vi foi real? Ou apenas ilusão?

Prefiro algo divino, uma mensagem, que ainda não decodifiquei completamente.

Sou tentado a refletir a respeito da postura da humanidade hodierna que está dando as costas para Deus, buscando sublimá-lo. Deus quer avisá-la que seu amor é imenso, infinito, tal qual sua misericórdia e que seu projeto de vida pode chegar a uma sociedade justa, fraterna, sem desigualdades profundas e com iguais oportunidades para que todos possam dar vazão às suas potencialidades. Deus está dizendo que está ao lado de cada um zelando, amando, orientando.

Agora sei. Não me importarei tanto com o quê a humanidade faz ou pensa de Deus. Se o dragão no céu é apenas um acaso, também não importa.

Alguém falou comigo.

...Deus falou comigo!

Não estou só...

 

 

 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

MOMENTO POÉTICO - ENCONTRO


Caminhava

Solitário na multidão

Estava

Com o coração

Vazio

Sentindo o frio

Da saudade

De um amor

Que pudesse

Dar calor

E motivação

À minha existência

E me apareceste

Na multidão

Com teu sorriso franco

Encheste meu coração

Apagaste o meu pranto

Iluminaste minha alma

Coloriste meu viver

Devolveste-me a calma

Já nem conto os dias

(E teremos tantos!)

Que mais posso querer?

Contigo

Conheci um paraíso

Onde só tu

O preenches inteirinho

És a dona

Dos meus carinhos

Dos meus pensamentos

Dos meus sentimentos

Do meu corpo

Que acarinhas

Só tu... Meu amor!

 

domingo, 4 de novembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - BEBIDA DE MACHO



Ele, médico responsável pelo Serviço de Medicina Ocupacional da empresa onde trabalhávamos. Expansivo, espontâneo, com respostas imediatas, não perdia ponto p’ra ninguém. Certa vez, um encontro de trabalho ele me convidou para tomar chá... Eu lhe disse:

- Sabe, doutor, eu não tomo chá. Chá não é bebida de macho...

- Está bom, está bom, venha assim mesmo! Tome esse...

E eu tomei...

- Doutor, café amargo!?

- Bebida de macho!

sábado, 3 de novembro de 2012

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS - 3ª PARTE


SÍNTESE DA EVOLUÇÃO DA EVOUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS

Ainda na Idade Moderna – A Independência dos Estados Unidos

Os habitantes das Colônias Inglesas na América do Norte, desde os primeiros passos em 1607, sempre mantiveram uma relativa independência em relação à sua Metrópole (Matriz = Inglaterra). Chegaram mesmo a firmar acordos de autogovernabilidade e de autodefesa comuns.

Organizaram sua vida econômica, ora voltada para atividades urbanas, as colônias do norte, optando por mão-de-obra livre, com produção voltada para o mercado interno; ora para atividades agropecuárias (as plantations do sul), com adoção da mão de obra escrava, produzindo para exportação.

Um dos fundamentos dessa relativa independência eram as condições climáticas, as mesmas da Europa (zona temperada para fria), o que significou um desinteresses dos ingleses em relação ao processo produtivo dos cidadãos emigrados para a América.

A situação começou a se inverter a partir do momento (Século XVIII) em que a economia inglesa entrou em crise em razão das guerras empreendidas pelos ingleses na Europa. Tal crise levou os reis a exigir pagamentos de mais impostos por parte de seus súditos, com ênfase aos colonos americanos. Aí a coisa pegou porque estes, que viviam numa espécie de “zona de conforto”, se negaram a pagar as taxas adicionais, sem uma prévia discussão no Parlamento.

Impasse gerado... Idas e vindas, até que os colonos se reuniram nos chamados Congressos de Filadélfia e impuseram condições específicas à Coroa Inglesa, entre elas a Declaração de Direitos, incluindo-se aí uma série de “Direitos da Pessoa Humana” e, também a separação política, surgindo, assim, os Estados Unidos da América do Norte, no dia 04 de Julho de 1776. Seguiu-se uma guerra que durou até 1781, na qual participaram muitos europeus continentais, especialmente da França, lutando ao lado dos americanos, é claro, estabelecendo-se com isso um elo entre a Revolução Americana e a Revolução Francesa. A Inglaterra assinou o acordo de paz em 1783, reconhecendo a independência das 13 Colônias Americanas.

Desse episódio, do qual os EUA nasceram como nação, ficou a Declaração de Direitos, elaborada pelos Iluministas Americanos, uma continuidade da Petição Inglesa, e gênese da Declaração dos Direitos Humanos que aconteceu na França, no decorrer de sua Revolução, a Revolução Burguesa por excelência.

No próximo capítulo, Revolução Francesa. Não perca!

 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

SERMÃO DO PADRE ANTONIO VIEIRA (EXCERTOS) SOBRE A UNIÃO - 1662






Escrito pelo Professor Luiz Marins (foto)

Leia, com toda a atenção, os trechos do Sermão do Santíssimo Sacramento, pregado pelo Padre Antônio Vieira (1608-1697), em Santa Engrácia, no ano de 1662. Ele fala sobre a união. Veja como, o que ele diz no século XVII, se aplica aos dias de hoje.

“Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. Uma união de pedras é edifício: uma união de tábuas é navio: uma união de homens é exército. E sem essa união, tudo perde o nome e mais o ser. O edifício sem união é ruína: o navio sem união é naufrágio: o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união de alma e corpo) com união é homem, sem união é cadáver”.

“... Por mais alta que esteja a cabeça, se não está unida é pés. Por mais ilustre que seja o ouro, se não está unido é barro. Nobreza e desunida, não pode ser, pois em sendo desunida, deixa de ser nobreza. É vileza”.

“... Para derrubar um reino e muitos reinos onde há desunião, não são necessárias baterias; não são necessários canhões; não são necessários trabucos; não são necessárias balas, nem pólvora. Basta uma pedra: o lápis.

Para derrubar um reino e muitos reinos onde falta a união não são necessários exércitos, não são necessárias campanhas, não são necessárias batalhas, não são necessários cavalos, não são necessários homens, nem um homem, nem um braço, nem uma mão. Nós temos muito boas mãos e o sabem muito bem os nossos competidores. Mas se não tivermos união, nem eles haverão mister mãos para nós, nem a nós nos hão de valer as nossas.”

A verdade, de ontem e hoje, é que sem união nada sobrevive, não pode haver sucesso. Nesta semana faça uma reflexão sobre o valor da união para sua vida pessoal e profissional. Lembre-se que “sem união, tudo perde o nome e mais o ser”.
Pense nisso. Sucesso!

Anthropos Consulting
(http://www.anthropos.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=684&Itemid=55) Acesso em 01 de Novembro de 2012