Dos tempos seguintes à Revolução Francesa até a Segunda Guerra Mundial
Após a Revolução Francesa, de 1789, a evolução dos Direitos Humanos sofreu uma série de impasses.
A Revolução viveu um grande paradoxo com a subida ao poder na França de Napoleão Bonaparte. Ele criou um império, dominou parte da Europa e no seu avanço sempre foi recebido como herói, uma vez que destituía os reis e príncipes absolutistas que estavam no poder, associando esse processo ao incremento do Liberalismo.
O fenômeno Napoleão durou pouco e após sua queda, na famosa batalha de Waterloo, os vencedores, a maioria ex-mandatários derrotados pelo general francês, reunidos no Congresso de Viena, trataram de retornar a situação política anterior à, com a volta dos absolutistas ao poder. Apesar das idéias liberais terem ganhado corpo, houve, sim um retrocesso significativo no conceito de direitos humanos. A escravidão continuava viva, e as fábricas eram um centro de desumanização dos trabalhadores que nada tinham de proteção legal.
Tal situação fez surgir o socialismo e só em 1891 a Igreja Católica tomou posição a respeito, com o lançamento da Encíclica Rerum Novarum (Das Coisas Novas), fato que deu inicio ao seu programa chamado de Doutrina Social
A escravidão começou a ser eliminada, principalmente na América Latina, muito mais por interesses econômicos ingleses do que por consciência humana.
O Socialismo Marxista fracassou na tentativa de unir os trabalhadores em torno de um único movimento, mas as Internacionais Socialistas deram origem aos Partidos Socialistas (Moderados) e aos partidos Comunistas (Radicais).
Adveio a Primeira Guerra Mundial, o primeiro grande evento da História de matança em massa e indiscriminada de pessoas não envolvidas nos campos de batalha. E pior a guerra aconteceu por disputas de territórios fora da Europa, isto é, na África e na Ásia (o neocolonialismo). Uma condição meramente econômica, de interesse exclusivo dos capitalistas, a burguesia européia, havida em ampliar seus mercados consumidores para além da seu continente.
Nas guerras os Direitos Humanos são reduzidos a zero.
Depois da Primeira Guerra, o mundo passou a viver a perspectiva de uma nova guerra que poderia acontecer a qualquer momento, tendo em vista que o conflito que durou de 1914 a l918 foi mal resolvido.
Sobreveio, então o que os historiadores chamam, didaticamente, de ”Período Entre Guerras”, que vai do fim da Primeira e o começo da Segunda em 1939. É Período crucial da historia da humanidade, com acontecimentos de forte impacto na vida das pessoas: ascensão do Fascismo na Itália, do Nazismo na Alemanha, do Bolchevismo na Rússia, da Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, da Guerra Civil Espanhola que levou ao poder, como ditador, o General Francisco Franco, e da entrada em cena de outros ditadores como Vargas no Brasil, Perón na Argentina, de Salazar em Portugal e outros. De comum em tudo isso, os Direitos Humanos deixados em último plano, especialmente para os adversários políticos desses ditadores e etnias minoritárias, como os judeus, na Alemanha, vítimas do holocausto.
No Brasil o caso mais emblemático foi o de Olga Benário, companheira de Luiz Carlos Prestes, este líder da Intentona Comunista de 1935. Ela, de origem judaica e militante comunista ao ser presa pela polícia de Vargas foi simplesmente deportada para a Alemanha e entregue aos Nazistas. Num Campo de Concentração, grávida, após dar à luz, foi executada num daqueles terríveis banheiros coletivos, onde em vez da água saías gases tóxicos.
Mais do que nunca estava na hora de uma posição definitiva das nações em relação aos Direitos Humanos. Foi o que aconteceu em 1948.
Voltaremos ao assunto...
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