Raça
É o conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como cor da
pele, conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes
e hereditários, embora variem de indivíduo para indivíduo. Pode ser também o
conjunto dos ascendentes e descendentes, de uma família, uma tribo ou um povo,
que se origina de um tronco comum.
Preconceito
O termo preconceito indica a fixação de um juízo antecipado, antes da
análise objetiva da realidade, atingindo, desfavoravelmente, pessoas, idéias,
instituições ou objetos. Entre os preconceitos mais odiáveis estão os que se
referem à raça e à religião.
Os preconceitos são próprios dos indivíduos de mentalidade estreita,
incapazes de uma análise serena e desapaixonada da realidade. O preconceito
gera em determinados ambientes sócio-culturais, estereótipos que levam a um
sentimento de aversão a grupos humanos, como, por exemplo, as pessoas de origem
negra.
Estereótipo
Estereótipo designa convicções pré-concebidas sobre classes de indivíduos,
grupos ou objetos. Baseia-se em características não comprovadas e não
demonstradas, atribuídas a pessoas, coisas e situações sociais, mas que, na
realidade, não existem. Os principais estereótipos referem-se a classe, etnia e
religião.
Existem estereótipos favoráveis e desfavoráveis dependendo
principalmente da posição e cultura dos indivíduos e dos grupos. Temos, assim,
os estereótipos do “branco explorador” ou
do “mulato traiçoeiro”, do capitalista
como “explorador do operário” ou como
“pessoa bem sucedida”: E outros, como: “todo
garimpeiro é aventureiro”; “todo corintiano é fanático”; “todo caboclo é
indolente”; “toda enfermeira é delicada”.
Não resta dúvida que os Estereótipos tanto favoráveis como desfavoráveis
são prejudiciais e acabam contribuindo para a segregação racial.
Segregação Racial
Significa a prática, vigente em alguns países, de confinar em espaços
delimitados grupos humanos de raças supostamente inferiores. E um aspecto muito
condenável do problema racial, como aconteceu na África do Sul, no regime do
Apartheid.
Racismo
Racismo pode ser entendido como a idéia da pretensa superioridade
biológica de determinada raça em relação às outras, gerando perseguição,
manipulação e exploração do homem pelo homem.
Na Antigüidade greco-romana parece não ter existido a questao do
racismo. Houve, sim, a prática da escravidão que afetava indivíduos feitos
prisioneiros em guerras, sem que houvesse povos desprezados por causa de sua
raça.
Na Idade Média, também não se conheceu o racismo no sentido estrito da
palavra. Os povos eram distribuídos em cristãos, judeus e infiéis, segundo
critérios religiosos. É verdade que essa distinção fez que os judeus sofressem
muitas vezes graves humilhações, acusações e desterros.
A descoberta no Novo Mundo (O Continente Americano), no Século XVI,
provocou mudanças de atitude da sociedade. Se os grandes navegadores dos
Séculos XV e XVI estavam isentos de preconceitos racistas, os soldados e os
comerciantes não foram igualmente respeitosos, pois para tirar proveito do
trabalho dos indígenas e, em seguida, dos negros, reduziram-nos à escravidão,
passando a praticar o racismo.
No Século XVIII foi elaborada na Europa uma especie de ideologia
racista, procurando justificar os seus preconceitos a partir da cor da pele e
dos caracteres somáticos do indivíduo. Estabelecia, assim, uma diferença
substancial, de caráter biológico-hereditário, para concluir que os povos
submetidos à escravidão pertenciam a raças inferiores, sendo usada pela
primeira vez a palavra raça para
classificar os seres humanos sob o ponto de vista biológico.
No Século XIX alguns autores interpretaram a História da Civilização
como uma competição entre raças fortes e raças fracas. A decadência das grandes civilizações explicar-se-ia por
cruzamentos que empobreceria a pureza do sangue.
Essas teses geraram a ideologia do Nazismo, na Alemanha, que tinha em vista eliminar as
“raças inferiores” (Judeus, Ciganos), assim como as pessoas física ou
mentalmente deficientes.
Em nossos dias o racismo ainda persiste, principalmente de forma
coletiva, como veremos na seqüência.
Formas Recentes de Racismo
· A forma mais evidente do racismo hoje é aquele institucionalizado pelas
leis de um país, como ocorria no Apartheid da África do Sul: todo sul-africano
era definido pela catalogação racial que lhe era obrigatoriamente atribuída já
no momento de seu nascimento, como vimos em aulas anteriores Em conseqüência,
uma minoria branca dominou, por muitas decadas,
as populações negra, mestiça e indiana do país.
· Uma outra forma de racismo atual é a de que se verificam em alguns
países contra as populações nativas. São sobreviventes de genocídios praticados
pelos invasores ou tolerados pelos poderes coloniais. A propósito dessas
minorias deve-se evitar duas coisas: 1) que sejam confinadas em reservas, como
se tivessem de viver ali, para sempre concentradas no seu passado; 2) que sejam
vítimas de assimilação forçada, sem se respeitar o seu direito a manter a
identidade própria. A integração desses povos na sociedade que os cerca, deve
efetuar-se por livre escolha. Ex. Populações africanas e indígenas da América.
· Há, também, países que limitam os direitos de minorias religiosas, que
são muitas vezes de origem étnica diferente naquela da maioria dos cidadãos. Em
tais países a conversão à fé da maioria implica na perda da cidadania; os
cidadãos discriminados são tidos como de segunda categoria, prejudicando no
setor de trabalho, da habitação, da educação superior. Ex. Líbano, Iugoslávia.
· E ainda o caso de populações inteiras mantidas longe dos territórios
onde se tinham legitimamente instalado, e vivem como prófugos, muitas vezes sem
teto, ou quando, permanecendo na própria pátria, se encontram em condições
humilhantes. Tal é o caso tanto do povo palestino como do próprio povo judeu.
· Não é exagerado dizer que no interior de um mesmo pais existe um racismo
social, quando, por exemplo, imensas massas de camponeses pobres são expulsas
de suas terras e mantidas em condições de inferioridade social e econômica por
proprietários poderosos, que se beneficiam da inércia ou da cumplicidade ativa
das autoridades. Trata-se de novas formas de escravidão, freqüentes no Terceiro
Mundo.
· Nos países de forte imigração existe o fenômeno do racismo espontâneo,
que se observa entre os seus habitantes em relação aos estrangeiros,
principalmente quando estes se distinguem pela sua origem étnica ou pela sua
religião. Os vexames a que são submetidos os refugiados e migrados, têm como
efeito levá-los a reagrupar-se em guetos - que retarda a integração deles na
sociedade que os recebeu.
· Quem considera as modernas técnicas de procriação artificial e
manipulação genética (clonagem), pode temer novas formas de racismo. É preciso
que as leis fixem quanto antes, limites intransponíveis a fim de que essas
técnicas não caiam nas mãos de poderosos abusivos, que procurariam produzir
seres humanos selecionados segundo critérios de raça ou de qualquer outro tipo.
Restaurar-se-ia então o mito do racismo eugenético.
Para repelir com
firmeza as manobras inspiradas pelo racismo, é necessário que haja profundas
convicções sobre a dignidade de toda pessoa e sobre a unidade da família
humana. A moral deriva-se destas convicções e deve ser espelhada em leis que
garantam o bem-estar de todos os povos, pois, onde desaparece o respeito à vida
segundo as disposições do Criador, é de recear que desapareça todo freio moral
ao poder dos homens
Imagem:
Google.
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