domingo, 21 de dezembro de 2014

O RACISMO



Raça

É o conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como cor da pele, conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes e hereditários, embora variem de indivíduo para indivíduo. Pode ser também o conjunto dos ascendentes e descendentes, de uma família, uma tribo ou um povo, que se origina de um tronco comum.

Preconceito

O termo preconceito indica a fixação de um juízo antecipado, antes da análise objetiva da realidade, atingindo, desfavoravelmente, pessoas, idéias, instituições ou objetos. Entre os preconceitos mais odiáveis estão os que se referem à raça e à religião.

Os preconceitos são próprios dos indivíduos de mentalidade estreita, incapazes de uma análise serena e desapaixonada da realidade. O preconceito gera em determinados ambientes sócio-culturais, estereótipos que levam a um sentimento de aversão a grupos humanos, como, por exemplo, as pessoas de origem negra.

Estereótipo

Estereótipo designa convicções pré-concebidas sobre classes de indivíduos, grupos ou objetos. Baseia-se em características não comprovadas e não demonstradas, atribuídas a pessoas, coisas e situações sociais, mas que, na realidade, não existem. Os principais estereótipos referem-se a classe, etnia e religião.

Existem estereótipos favoráveis e desfavoráveis dependendo principalmente da posição e cultura dos indivíduos e dos grupos. Temos, assim, os estereótipos do “branco explorador” ou do “mulato traiçoeiro”, do capitalista como “explorador do operário” ou como “pessoa bem sucedida”: E outros, como: “todo garimpeiro é aventureiro”; “todo corintiano é fanático”; “todo caboclo é indolente”; “toda enfermeira é delicada”.

Não resta dúvida que os Estereótipos tanto favoráveis como desfavoráveis são prejudiciais e acabam contribuindo para a segregação racial.

Segregação Racial

Significa a prática, vigente em alguns países, de confinar em espaços delimitados grupos humanos de raças supostamente inferiores. E um aspecto muito condenável do problema racial, como aconteceu na África do Sul, no regime do Apartheid.

Racismo

Racismo pode ser entendido como a idéia da pretensa superioridade biológica de determinada raça em relação às outras, gerando perseguição, manipulação e exploração do homem pelo homem.

Na Antigüidade greco-romana parece não ter existido a questao do racismo. Houve, sim, a prática da escravidão que afetava indivíduos feitos prisioneiros em guerras, sem que houvesse povos desprezados por causa de sua raça.

Na Idade Média, também não se conheceu o racismo no sentido estrito da palavra. Os povos eram distribuídos em cristãos, judeus e infiéis, segundo critérios religiosos. É verdade que essa distinção fez que os judeus sofressem muitas vezes graves humilhações, acusações e desterros.

A descoberta no Novo Mundo (O Continente Americano), no Século XVI, provocou mudanças de atitude da sociedade. Se os grandes navegadores dos Séculos XV e XVI estavam isentos de preconceitos racistas, os soldados e os comerciantes não foram igualmente respeitosos, pois para tirar proveito do trabalho dos indígenas e, em seguida, dos negros, reduziram-nos à escravidão, passando a praticar o racismo.

No Século XVIII foi elaborada na Europa uma especie de ideologia racista, procurando justificar os seus preconceitos a partir da cor da pele e dos caracteres somáticos do indivíduo. Estabelecia, assim, uma diferença substancial, de caráter biológico-hereditário, para concluir que os povos submetidos à escravidão pertenciam a raças inferiores, sendo usada pela primeira vez a palavra raça para classificar os seres humanos sob o ponto de vista biológico.

No Século XIX alguns autores interpretaram a História da Civilização como uma competição entre raças fortes e raças fracas. A decadência das grandes civilizações explicar-se-ia por cruzamentos que empobreceria a pureza do sangue.

Essas teses geraram a ideologia do Nazismo,  na Alemanha, que tinha em vista eliminar as “raças inferiores” (Judeus, Ciganos), assim como as pessoas física ou mentalmente deficientes.

Em nossos dias o racismo ainda persiste, principalmente de forma coletiva, como veremos na seqüência.

Formas Recentes de Racismo

·     A forma mais evidente do racismo hoje é aquele institucionalizado pelas leis de um país, como ocorria no Apartheid da África do Sul: todo sul-africano era definido pela catalogação racial que lhe era obrigatoriamente atribuída já no momento de seu nascimento, como vimos em aulas anteriores Em conseqüência, uma minoria branca dominou, por muitas decadas,  as populações negra, mestiça e indiana do país.

·     Uma outra forma de racismo atual é a de que se verificam em alguns países contra as populações nativas. São sobreviventes de genocídios praticados pelos invasores ou tolerados pelos poderes coloniais. A propósito dessas minorias deve-se evitar duas coisas: 1) que sejam confinadas em reservas, como se tivessem de viver ali, para sempre concentradas no seu passado; 2) que sejam vítimas de assimilação forçada, sem se respeitar o seu direito a manter a identidade própria. A integração desses povos na sociedade que os cerca, deve efetuar-se por livre escolha. Ex. Populações africanas e indígenas da América.

·     Há, também, países que limitam os direitos de minorias religiosas, que são muitas vezes de origem étnica diferente naquela da maioria dos cidadãos. Em tais países a conversão à fé da maioria implica na perda da cidadania; os cidadãos discriminados são tidos como de segunda categoria, prejudicando no setor de trabalho, da habitação, da educação superior. Ex. Líbano, Iugoslávia.

·     E ainda o caso de populações inteiras mantidas longe dos territórios onde se tinham legitimamente instalado, e vivem como prófugos, muitas vezes sem teto, ou quando, permanecendo na própria pátria, se encontram em condições humilhantes. Tal é o caso tanto do povo palestino como do próprio povo judeu.

·     Não é exagerado dizer que no interior de um mesmo pais existe um racismo social, quando, por exemplo, imensas massas de camponeses pobres são expulsas de suas terras e mantidas em condições de inferioridade social e econômica por proprietários poderosos, que se beneficiam da inércia ou da cumplicidade ativa das autoridades. Trata-se de novas formas de escravidão, freqüentes no Terceiro Mundo.

·     Nos países de forte imigração existe o fenômeno do racismo espontâneo, que se observa entre os seus habitantes em relação aos estrangeiros, principalmente quando estes se distinguem pela sua origem étnica ou pela sua religião. Os vexames a que são submetidos os refugiados e migrados, têm como efeito levá-los a reagrupar-se em guetos - que retarda a integração deles na sociedade que os recebeu.

·     Quem considera as modernas técnicas de procriação artificial e manipulação genética (clonagem), pode temer novas formas de racismo. É preciso que as leis fixem quanto antes, limites intransponíveis a fim de que essas técnicas não caiam nas mãos de poderosos abusivos, que procurariam produzir seres humanos selecionados segundo critérios de raça ou de qualquer outro tipo. Restaurar-se-ia então o mito do racismo eugenético.

Para repelir com firmeza as manobras inspiradas pelo racismo, é necessário que haja profundas convicções sobre a dignidade de toda pessoa e sobre a unidade da família humana. A moral deriva-se destas convicções e deve ser espelhada em leis que garantam o bem-estar de todos os povos, pois, onde desaparece o respeito à vida segundo as disposições do Criador, é de recear que desapareça todo freio moral ao poder dos homens

Imagem: Google.


Nenhum comentário:

Postar um comentário