segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DIREITOS


A LIBERDADE

É o poder de agir e atuar numa sociedade organizada, de acordo com os limites impostos por normas definidas, praticando tudo que não é proibido pelas leis.

A liberdade se exerce no relacionamento entre os seres humanos. Toda pessoa humana tem o direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos têm o dever de respeitar esse direito.

O direito à liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana e este direito deve ser reconhecido civilmente e protegido nos limites do bem comum e da ordem pública.

Porém, o exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo.

Por sua vez, as condições de ordem econômica e social, política e cultural requeridas para um justo exercício da liberdade são muitas vezes desprezadas e violadas. Essas situações de injustiça agravam a vida moral e levam a todos a falhar com a solidariedade. Fora da moral, o homem prejudica sua própria liberdade, rompendo a fraternidade com seus semelhantes.

A RESPONSABILIDADE DO ESTADO

O respeito pela pessoa humana implica que se respeitem os direitos que decorrem da sua dignidade. Esses direitos são anteriores à sociedade e ao Estado. São direitos que fundamentam a legitimidade moral de toda a autoridade. Se esta despreza esses direitos excluindo-os da lei positiva, perde sua legitimidade moral. Sem esse respeito, a autoridade política só pode apoiar-se na força e na violência para obter a obediência do povo. A partir daí já não existem mais os direitos nem o respeito pela dignidade da pessoa humana, dando origem ao totalitarismo.

A atividade econômica, sobretudo a economia de mercado (Capitalismo), não pode desenvolver-se num vazio institucional, jurídico e político (falta de leis). Ela supõe que sejam asseguradas as garantias das liberdades individuais e da propriedade, sem esquecer uma moeda estável e serviços públicos eficazes. O dever essencial do Estado, no entanto, é assegurar essas garantias, para que aqueles que trabalham possam gozar do fruto do seu trabalho e, portanto, sentir-se estimulados e realizá-lo com eficácia e honestidade... O estado tem o dever de vigiar e conduzir a aplicação dos direitos humanos no setor econômico. Nessa esfera, porém, a responsabilidade não cabe somente ao Estado, mas também às instituições e aos diversos grupos e associações que compõem a sociedade, isto é, os sindicatos de empresas, sindicatos de empregados e outros movimentos não governamentais.

OS DIREITOS INALIENÁVEIS

Direitos Inalienáveis são direitos intransferíveis que pertencem à pessoa humana independente de sua vontade e devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Não são direitos concedidos pelo Estado ou pela cidade, pois pertencem à natureza humana. Entre esses direitos fundamentais estão o direito à vida, à busca da felicidade, ao trabalho, à educação, à informação e tantos outros... bem como à integridade física desde a concepção até a morte.

No momento em que uma lei positiva ( lei prática ) priva seres humanos da proteção devida, o Estado nega a igualdade de todos perante a mesma lei. Quando o Estado não coloca sua força a serviço dos direitos de todos os cidadãos, particularmente dos mais fracos, os próprios fundamentos de um estado de direito estão ameaçados...

 Como conseqüência do respeito e da proteção que devem ser garantidos à criança desde o momento de sua concepção, a lei deverá prever sanções penais apropriadas para toda violação dos seus direitos.

O DIREITO AO TRABALHO

Cada cidadão deve poder tirar do trabalho os meios para sustentar-se, a si e aos seus, bem como para prestar serviços à comunidade. Por isso cada um tem o direito atuar na economia, usando legitimamente os seus talentos para contribuir para uma abundância que seja de proveito para todos, e para colher os justos frutos de seus esforços. Cuidará de seguir as prescrições emanadas das autoridades legítimas tendo em vista o bem comum,

A vida econômica abrange interesses muitas vezes diversos entre si. Assim se explica o surgimento dos conflitos envolvendo especialmente o capital e o trabalho, que e o conflito de interesses entre os patrões, que sempre querem pagar menores salários e os empregados que desejam receber mais. Entretanto, deve haver empenho no sentido de minimizar esses conflitos pela negociação que respeite os direitos e deveres de cada parceiro social: os responsáveis pelas empresas, os representantes dos trabalhadores, por exemplo, organizações sindicais, e, eventualmente, os poderes públicos.

O salário justo é o fruto legítimo do trabalho. Recusá-lo ou retê-lo é uma grave injustiça. Para se avaliar a remuneração eqüitativa, é preciso levar em conta ao mesmo tempo às necessidades e as contribuições de cada um, pois o trabalho desenvolvido pelo homem possui valor objetivo e valor subjetivo.

A greve é moralmente legítima quando se apresenta como recurso inevitável, e mesmo necessário, em vista de um benefício que venha a proporcionar. Torna-se moralmente inaceitável quando é acompanhada de violências ou ainda quando se lhe atribuem objetivos não diretamente ligados às condições de trabalho ou contrários ao bem comum, como por exemplo, a atividade política.

É injusto não pagar aos organismos de Seguridade Social as cotas estipuladas pelas autoridades legítimas.

O acesso ao trabalho e à profissão deve estar aberto a todos sem discriminação injusta: homens e mulheres, normais e PNEs (Portadores de necessidades Especiais), autóctones e migrantes. A sociedade deve contribuir para que os cidadãos consigam seu emprego, pois o desemprego é uma violência à dignidade da pessoa humana e uma ameaça ao equilíbrio da vida. Alem do prejuízo pessoal para o desempregado, a sua família corre também inúmeros riscos. Assim, os responsáveis pelas empresas têm perante a sociedade a responsabilidade econômica, social e ecológica pelas suas operações. Têm o dever de considerar o bem das pessoas e não apenas o aumento dos lucros. Entretanto, estes são necessários, pois permitem realizar os investimentos que garantem o futuro das empresas, portanto, garantido a continuidade do emprego.



Imagem: Google.

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