quinta-feira, 2 de outubro de 2014

MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA - A ESCRAVIDÃO NA AMÉRICA


Quando os espanhóis e os portugueses descobriram e conquistaram o Continente Americano e passaram a explorá-lo, tinham, praticamente um único objetivo: o rápido enriquecimento, pois estavam motivados essencialmente pela cobiça de bens materiais.

Para conseguir seus objetivos, os conquistadores montaram um esquema de exploração, baseado na mão-de-obra escrava. Entretanto, havia alguns problemas jurídicos, religiosos e morais a serem superados, pois estava bem claro no processo da expansão européia do Século XVI, que, segundo os financiadores do empreendimento, muitos deles vinculados à Igreja Católica, os nativos  deveriam ser, antes de tudo catequizados e não explorados.

A Guerra Justa.
A Guerra Justa foi um conceito desenvolvido entre os conquistadores da América, com apoio da Igreja e dos Reis, de que era possível escravizar os nativos desde que ele se mostrassem hostis e fizessem oposição aos europeus.

Com isso foram colocadas em prática várias formas de trabalhos forçados, principalmente na América sob o domínio espanhol, alem da escravidão propriamente dita.

·     Repartimiento
O Repartimiento foi a prática de dividir (repartir), com autorização expressa do Rei, os nativos entre os conquistadores. Isso era feito em função do poder econômico de cada um. Alguns podiam receber até 200 homens e houve casos em que esse número chegou a 800.

·     Encomienda
Era um tipo especial de Repartimiento em que se repartia os nativos entre os conquistadores, nesse caso chamados Encomenderos (titular da Encomienda). A novidade aí era que o conquistador comprometia-se a catequizar os nativos.

·     A Mita
O sistema de trabalho denominado Mita, instalado na América pelos conquistadores espanhóis foi inspirado no esquema utilizado pelos Incas.

Na versão espanhola, a Mita consistiu na transformação de 16 províncias, com 80 mil habitantes, próximas à região das Minas de Potosí (atual Bolívia) em Províncias Mitayas, isto é, sujeitas à Mita.

Nesse esquema os mitayos deveriam trabalhar uma semana e descansar duas. Para tanto, foram criados três turnos de trabalho envolvendo 4.500 homens. A cada ano enviava-se a Potosí um total de 13.500 mitayos. Os que serviam por um ano voltavam a ser convocados depois de 7 anos.

Os trabalhadores deslocavam-se com suas famílias para Potosí, onde as condições climáticas são muito desfavoráveis, face ao frio e a altitude da região andina. Os proprietários das minas se comprometiam a pagar-lhes, além do salário, todas as despesas. Essas obrigações, no entanto, foram sistematicamente descumpridas.

Tratados como escravos e forçados a trabalhar além de suas forças, os mitayos morriam esgotados. Sessenta anos depois de sua criação em l545, o regime da Mita havia dizimado cerca de 70 mil trabalhadores.

No México
Na mesma época foram encontradas as Minas de Prata na região mexicana de Zacateca, onde foi implantado o mesmo de sistema de trabalho da Mita, com a denominação de Cuatequil.

Concluindo...
Em todos os casos, Repartimiento, Encomienda, Mita e Cuatequil, eram regimes de trabalho forçado (ou compulsório), diferente da Escravidão apenas por serem mais brandos.
  


Imagem: Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário