Quando os espanhóis e os
portugueses descobriram e conquistaram o Continente Americano e passaram a
explorá-lo, tinham, praticamente um único objetivo: o rápido enriquecimento,
pois estavam motivados essencialmente pela cobiça de bens materiais.
Para conseguir seus objetivos, os
conquistadores montaram um esquema de exploração, baseado na mão-de-obra
escrava. Entretanto, havia alguns problemas jurídicos, religiosos e morais a
serem superados, pois estava bem claro no processo da expansão européia do
Século XVI, que, segundo os financiadores do empreendimento, muitos deles
vinculados à Igreja Católica, os nativos
deveriam ser, antes de tudo catequizados e não explorados.
A
Guerra Justa.
A Guerra Justa foi um conceito
desenvolvido entre os conquistadores da América, com apoio da Igreja e dos
Reis, de que era possível escravizar os nativos desde que ele se mostrassem
hostis e fizessem oposição aos europeus.
Com isso foram colocadas em
prática várias formas de trabalhos forçados, principalmente na América sob o
domínio espanhol, alem da escravidão propriamente dita.
·
Repartimiento
O Repartimiento foi a prática de
dividir (repartir), com autorização expressa do Rei, os nativos entre os
conquistadores. Isso era feito em função do poder econômico de cada um. Alguns
podiam receber até 200 homens e houve casos em que esse número chegou a 800.
·
Encomienda
Era um tipo especial de
Repartimiento em que se repartia os nativos entre os conquistadores, nesse caso
chamados Encomenderos (titular da Encomienda). A novidade aí era que o
conquistador comprometia-se a catequizar os nativos.
·
A Mita
O sistema de trabalho denominado
Mita, instalado na América pelos conquistadores espanhóis foi inspirado no
esquema utilizado pelos Incas.
Na versão espanhola, a Mita
consistiu na transformação de 16 províncias, com 80 mil habitantes, próximas à
região das Minas de Potosí (atual Bolívia) em Províncias Mitayas, isto é,
sujeitas à Mita.
Nesse esquema os mitayos deveriam
trabalhar uma semana e descansar duas. Para tanto, foram criados três turnos de
trabalho envolvendo 4.500 homens. A cada ano enviava-se a Potosí um total de
13.500 mitayos. Os que serviam por um ano voltavam a ser convocados depois de 7
anos.
Os trabalhadores deslocavam-se
com suas famílias para Potosí, onde as condições climáticas são muito
desfavoráveis, face ao frio e a altitude da região andina. Os proprietários das
minas se comprometiam a pagar-lhes, além do salário, todas as despesas. Essas
obrigações, no entanto, foram sistematicamente descumpridas.
Tratados como escravos e forçados
a trabalhar além de suas forças, os mitayos morriam esgotados. Sessenta anos
depois de sua criação em l545, o regime da Mita havia dizimado cerca de 70 mil
trabalhadores.
No
México
Na mesma época foram encontradas
as Minas de Prata na região mexicana de Zacateca, onde foi implantado o mesmo
de sistema de trabalho da Mita, com a denominação de Cuatequil.
Concluindo...
Em todos os casos, Repartimiento,
Encomienda, Mita e Cuatequil, eram regimes de trabalho forçado (ou
compulsório), diferente da Escravidão apenas por serem mais brandos.
Imagem: Google.
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