sexta-feira, 31 de outubro de 2014

INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO


Indústria

E o conjunto de atividades dedicadas à produção de bens de consumo, mediante a transformação de matéria prima de origem animal, vegetal ou mineral. Corresponde ao setor secundário da economia nacional.

Industrialização

Diz respeito aos processos pelos quais surge ou se expande o setor industrial de uma região ou de um país. Ela acontece através de condições específicas como a existência de mercado consumidor, de mão-de-obra especializada e de infra-estrutura física, como corredores para escoamento da produção, fontes de energia, proximidade de acesso à matéria-prima, etc.

Sua expansão condiciona o aumento do coeficiente de crescimento econômico, de progresso e de bem-estar social, ao passo que sua inexistência ou precariedade é traço marcante de economias subdesenvolvidas. A industrialização caminha lado a lado com a urbanização, isto é, o crescimento das cidades.

 URBANIZAÇÃO

A palavra urbanização tem dois significados importantes:

a) Reforma, melhoramento e embelezamento das cidades.

Esclarecendo melhor, este tipo de urbanização tem a ver com a melhoria do ambiente das cidades e da qualidade de vida no ambiente urbano. Nesse sentido, a urbanização proporciona à população das cidades conquistas como saneamento básico, boa estrutura de transportes e outros serviços como saúde, telefonia, lazer, possibilidades de compras, escolas, etc.

b) Fluxo populacional das zonas rurais para as zonas urbanas.

É esse o sentido que mais nos importa. Refere-se às alterações na distribuição da população, com aumento constante do número de habitantes das cidades e diminuição proporcional dos habitantes das zonas rurais. Tal fenômeno, chamado Êxodo Rural, na época atual é muito intenso no mundo inteiro, tendo como causa os seguintes fatores:

1) Força de repulsão, provocada pela concentração das terras rurais nas mãos de uns poucos poderosos que expulsam os pequenos proprietários, num processo de aquisição e/ou anexação por dívidas. Os pequenos proprietários a medida que perdem suas propriedades transformam-se em “Bóias Frias” ou “Trabalhadores Sem Terra” e, sem outra opção, acabam migrando para as cidades.

2) Força de atração, resultante da influência exercida sobre a mentalidade dos habitantes dos campos pela divulgação das reais ou imaginárias condições de maior bem-estar das cidades.

 Isso acontece face a inegável influência dos meios de comunicação, especialmente o radio e a televisão, fazendo com que as pessoas muito facilmente deixem suas atividades no campo e se dirijam às cidades na tentativa de usufruir dos benefícios propalados pela mídia.

Conseqüências

A Urbanização acarreta graves conseqüências sobre a população, pois os serviços públicos (Saneamento Básico, Energia Elétrica, Transporte Coletivo, etc.) e sociais (Educação, Assistência Médica e Social) dos centros urbanos não tem condições de acompanhar o crescimento populacional. Além disso, a falta de residências causa o aparecimento de favelas, mocambos, malocas e palafitas, com suas graves conseqüências, gerando promiscuidade, criminalidade, enfim, prejudicando a qualidade de vida das pessoas.

Um dos aspectos mais negativos do aumento desordenado das cidades e a falta de emprego para a mão-de-obra imigrante, que quase na sua totalidade é desqualificada.

Em resumo, a Urbanização significa aumento populacional, necessidade dos serviços próprios das cidades e, sobretudo, mercado para a sua força de trabalho.

  


Imagem: Google.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO AMERICANO


A Marcha para o Oeste

Quem era o dono deste imenso território, onde vagavam índios bisões e caçadores, e que posteriormente se viu invadido por colonos aventureiros, ávidos de terras e metais preciosos?

O Oeste Americano era uma área de fronteira dinâmica, não uma região especifica. Em meados do Século XVIII, o termo Oeste significava a área entre os Montes Apalaches e a margem leste do Rio Mississipi. As terras além desse rio eram reivindicadas pela França, Espanha e Inglaterra. Cem anos depois. O oeste veio a indicar a região alem do Rio Mississipi ate o Oceano Pacifico. Aos poucos esse território foi incorporado aos Estados Unidos, através da compra e da conquista, como veremos a seguir.

Quando os EUA se libertaram da Inglaterra, os limites estendiam-se por 130 mil quilômetros quadrados do litoral do Oceano Atlântico aos Montes Apalaches, incluindo-se terras ocupadas pelos índios localizados entre os Apalaches e o Rio Mississipi. Posteriormente, as compras da Luisiana (da França) em 1819, que permitiu o acesso direto às Antilhas, a do território Dasden (do México), em 1853, ampliaram as fronteiras norte-americanas em cerca de 8 milhões de Km2. Em 1867, a formação do território foi completada com a compra do Alaska da Rússia.

O oeste era uma terra rica, onde se plantava o trigo, tinha muito animal de caça, cujas peles eram comercializadas e favorecia a criação do gado. Os pioneiros (homens da Fronteira) que o desbravavam, demarcando novos limites para o território dos EUA, eram pessoas rudes, mas hospitaleiras. Defendiam a idéia de que todos tinham direitos iguais, fossem eles ricos ou pobres.

Na Marcha para o oeste, os colonos tiveram como obstáculo os constantes atritos com os índios, que resistiam a ocupação de suas terras e a destruição de sua gente.

Diversos fatores favoreceram a Marcha para o Oeste:
·        Grande afluxo de imigrantes europeus que entre 1789 e 1812 registrou a chegada de 250 mil pessoas aos EUA, em sua maioria irlandeses, alemães e ingleses;
·        A dificuldade de obter terras no litoral atlântico, já ocupado desde o século XVII.
·        A crescente necessidade de produtos agro-industriais para suprir o norte que se industrializava;
·        A intensa perseguição religiosa aos mórmons nas cidades do leste;
·        Investimento de capitais ingleses na construção de ferrovias que permitiam o escoamento da produção agrícola comercial.

O México

“Pobre México, tão longe de Deus, tão próximo dos Estados Unidos“.

(Lázaro Cárdenas, presidente mexicano de 1934 a 1940).

A expansão para o Oeste fez-se também a custa do México, que era um país fraco, pouco povoado e sacudido pela anarquia interna, e cujas terras despertavam o interesse dos plantadores sulistas, necessitados de novas áreas para o cultivo do algodão. Progressivamente, os pioneiros ocupavam os territórios mexicanos do Texas, intensificando-se os atritos com as autoridades locais. Em 1836, proclamou-se a Republica Independente do Texas, mais tarde incorporada a união Americana.

Os EUA mantinham com o México divergências sobre as linhas de fronteira do novo Estado, bem como disputavam com a Inglaterra as fronteiras do Oregon. Com a Inglaterra, um pais forte, resolveram pacificamente a questão. Com o México entravam em guerra (1846-1848).

A guerra terminou com a assinatura do tratado de Guadalupe-Hidalgo, obrigando o México a reconhecer a reconhecer a perda do Texas e ceder aos EUA a área que corresponde hoje à Califórnia, Nevada. Utah, Colorado, Arizona e Novo México.

Os EUA haviam tomado do México um vasto território que lhes garantia o acesso direto ao Oceano Pacifico. Com isso puderam chegar mais facilmente ao Extremo Oriente, abrindo o Japão ao comercio internacional e se aproximando da China.

A Questão dos Índios

“Quanto mais conheço os índios, mais me convenço que eles têm que ser mortos ou mantidos em estado de indigência”.

(General William Sherman)

Depois de frustradas tentativas de alguns missionários em converter os indígenas do oeste ao cristianismo e dominá-los por vias pacíficas, os pioneiros utilizavam a violência para expulsá-los de suas terras. A tenaz resistência dos peles-vermelhas, exímios guerreiros, levou os brancos ao uso de artimanhas, como a venda de bebidas alcoólicas e o massacre de tribos inteiras em emboscadas e ataques surpresas durante a noite.

Com o aperfeiçoamento das armas de fogo e a caça indiscriminada aos bisões, que supriam os índios de quase todas as suas necessidades, os habitantes das planícies foram sendo pouco a pouco empurrados para as reservas do Estado, onde muitos não resistiram às más condições de vida e morreram, e outros fugiram, sendo igualmente massacrados pelos brancos.

A população índia dos EUA nunca foi superior a um milhão de habitantes e só dominou as pradarias, a caça do bisão, depois que o colonizador espanhol introduziu o cavalo no continente americano. O cavalo, porém, também levou as primeiras carroças de pioneiros e com ele a condenação do índio que se viu despojado de suas terras e humilhado em seu orgulho.

A importância do bisão para o índio norte-americano


“Com as peles constroem suas tendas, com elas fazem suas roupas, com elas ainda tecem cordas e também lã; os tendões, aproveitam-nos para fios com que costuram as roupas e as tendas; os ossos servem para ferramentas; o esterco para alimentar a fogueira, já que não há outro combustível naquelas regiões; as bexigas, eles as usam como jarros e garrafas”. (anotações de Francisco Vasques Coronado, conquistador espanhol, em 1541).

Como foi dito, o fim dos índios norte-americano foi decretado com a chegada da primeira carroça com os primeiros colonos brancos.

As grandes batalhas, muitas delas temas de grandes filmes produzidos em Hollywood, representam muito pouco diante do processo lento e sistemático de destruição utilizado pelos colonizadores, processo esse que levaram aos índios a fome, a doença, a brutalidade, o alcoolismo, o desterro e o confinamento em reservas do Estado.

Assim, a guerra não foi uma grande epopéia, mas sim uma operação militar de limpeza na qual milhões de bisões foram extintos, as planícies se converteram em um grande deserto poeirento e os índios, antes orgulhosos, tiveram que dobrar seu corpo e sua moral.

Uma guerra de extermínio

Com a chegada dos colonos, cada vez em maior número, crescendo, portanto, a pressão da civilização branca desequilibrou-se o delicado ajustamento que as diferentes tribos tinham conquistado ao longo do tempo. O mundo índio no Centro- Oeste era artificial. Uma vez, contudo, que as tribos tinham mudado o seu padrão de vida, com as compras de cavalos e armas, todo este universo de faz-de-conta precisava ser mantido em movimento ou entraria em colapso. Cavalos tinham de ser roubados para serem barganhados por armas que seriam usadas no roubo de mais cavalos.
                                                                                 
E, com o fim da guerra civil foi selada de vez a sorte dos índios, pois aumentou ainda mais o fluxo de colonos brancos que rumavam para o Oeste. Tratados atrás de tratados foram desrespeitados pelos brancos, que cruzavam em todas as direções as terras Índias. A principio, os brancos decidiram isolar os índios em terras sem valor. Cedo porem passaram a guerra de extermínio.

Para acabar com os índios os brancos usaram a tática muito eficiente de exterminar as manadas de bisões de que eles viviam. Não se punham em campo só para matar os animais: davam ainda um jeito de conseguir que os índios colaborassem, oferecendo para comprar vastas quantidades de finas iguarias, como língua de bisão.

O fim


Na década de 1870 as tensões entre brancos e índios cresceram sem parar. Em 5 de julho de 1876, os jornais do país davam conta das celebrações do centenário da independência dos Estados Unidos, traziam também noticias de uma derrota humilhante. O corpo de elite da Sétima Cavalaria, que não passava de um bando de 260 homens arregimentados e treinados e disciplinados com um único e especifico propósito de matar índios, sob o comando do Coronel George. Armenstrong Custer, tinha sido aniquilado no dia 15 de Junho por uma força combinada de Soux e Chayene, na batalha de Little Bighorn.

Mas para Sitting Bull e Crazy Horse a vitória sobre Custer foi uma derrota e marcou o começo do fim dos índios. A partir dali as tropas os perseguiam de nascente em nascente; suas mulheres e crianças eram assassinadas em frente a seus olhos; seus acampamentos e suas provisões queimados. Os sobreviventes eram tangidos como gado para as reservas onde os maus tratos, o uísque barato, a fome, a doença e o frio dizimavam-nos rapidamente.

A década de 1890 viu o fim dos índios do centro-oeste. Eles procuravam num ultimo entusiasmo, se proteger em torno de um messias que profetizava a ressurreição dos bravos mortos e o desaparecimento dos brancos. Alarmado, o governo americano despachou a cavalaria para liquidar este derradeiro foco – a Dança da Morte, como o movimento ficou conhecido. Sitting Bull foi morto depois de preso. Trezentos Sioux, principalmente mulheres e crianças, reuniram-se no riacho de Wounded Knee, em Dakota do Sul para se renderem.  Lá mesmo foram massacradas pelas tropas para as quais se entregavam.

Quatrocentos tratados tinham sido assinados e desrespeitados. Os índios compreenderam que estavam simplesmente condenados a desaparecer do mapa. Tribo por tribo se levantaram numa rebelião desesperada, mas tribo por tribo, foram esmagados. Finalmente, só os apaches ainda lutavam, até que Gerônimo e seus 36 sobreviventes também se renderam.

“Quando o último animal da terra se for, o homem sentirá um profundo vazio na alma, pois saberá que o que aconteceu com os animais, em breve acontecerá com ele mesmo". (De um chefe índio americano)




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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A COLETIVIZAÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA


Uma vez instalada a revolução que implantou o socialismo na Rússia (1917), a partir do ano seguinte, seus líderes, os bolcheviques, estabeleceram medidas radicais, chamadas comunismo de guerra, tais como:
·O confisco sumário das grandes propriedades fundiárias, sem indenização;
· A regulamentação do consumo e da produção;
·A expropriação das grandes industrias e da maioria das pequenas empresas;
· A obrigatoriedade de os camponeses entregarem ao governo a colheita de cereais, com exceção da parte destinada a consumo próprio.

Tais medidas produziram o colapso da economia russa, que regrediu a níveis inferiores aos de antes da Primeira Guerra. Por outro lado, a ocupação desordenada das fábricas, o trabalho obrigatório, a especulação com os gêneros de primeira necessidade feita pelos kulacks (camponeses ricos) e  resistência dos camponeses a entregar parte de suas colheitas ao Estado, numa época de crise e muita fome, geraram greves e insurreições, como a dos marinheiros da base naval de Kronstadt, em março de 1921.

Na tentativa de resolver esses problemas, tão logo o Exército Vermelho pôs fim à guerra civil, o governo de Lênin criou, em fevereiro de 1921, uma comissão estatal de planejamento econômico (Gosplan), para coordenar a reorganização da economia. Assim, em março desse mesmo ano, foi adotada a Nova Política Econômica (NEP). Com ela abria-se espaço para alguns empreendimentos de iniciativa particular que, em colaboração com empresas estatais, deveriam promover o reerguimento econômico do país.

Entre as medidas que compunham a NEP, destacavam-se as seguintes:
· O governo procurou atrair capitais estrangeiros, que foram canalizados para o desenvolvimento da industria de base;
·  A agricultura e o comercio foram organizadas através de cooperativas;
·  Foi restabelecida a liberdade de comércio interno;
·  Foram autorizadas as diferenças salariais;

Essas medidas permitiram a Rússia retomar rapidamente o crescimento econômico; atingindo altos níveis de produtividade, até serem suplantadas pelos planos qüinqüenais adotados posteriormente, durante o governo de Stálin.

Politicamente, fundou-se em dezembro de 1922 a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), composta pela Rússia, pela Transcaucásia, pela Ucrânia e pela Rússia Branca, com as adesões posteriores do Usbequistão, do Turquemenistão e do Tadiquistão. Em Julho de 1923 foi promulgada a nova Constituição, ratificada seis meses depois pelo Congresso, que definia os poderes da união, estabelecendo como órgão mais importante  o Soviet Supremo, composto por delegados de todas as Repúblicas, encarregados da escolha do Conselho Executivo.

O governo de Stálin e os planos quinquenais

Com a morte de Lênin em 1924, o poder passou a ser disputado por dois dos principais líderes da revolução: Stálin, o Secretário Geral do Partido Comunista, e Tróstski, o Comissário do Povo para a Guerra.

Mais que uma disputa pessoal, esta era uma luta de duas facções opostas:
· A stalinista, que pretendia limitar a revolução socialista apenas à União Soviética, a fim de poder consolidá-la,
· A trotskista, que defendia a propagação da revolução socialista pelo mundo.

Aproveitando-se do fato de Tróstski estar doente, e assim momentaneamente incapacitado para lutar por seus ideais, Stálin destituiu-o do cargo de Comissário em 1925, isolando-o cada vez mais, até conseguir expulsá-lo do partido em 1927 e da união Soviética em 1929. Trótski refugiou-se no México, onde foi assassinado em 1940.

Controlando a burocracia do partido e do Estado a seu favor, Stálin foi aos poucos afastando todos os seus opositores até se tornar ditador absoluto em 1929. Durante seu governo foi realizada uma planificação geral da economia, através dos planos quinquenais, que objetivavam a criação de uma industria pesada e a coletivização e mecanização da agricultura. A reforma agrária afetou três quintos das áreas de exploração agrícola, fez desaparecer os kulacs e criou os kolkhozes (cooperativas coletivas, cujos membros são proprietários da produção, mas não da terra) e os sovkhozes (granjas socializadas, cuja produção, maquinaria e terras pertencem ao Estado).

Isolada do resto do continente, a primeira nação socialista do mundo teve de se voltar para dentro de seus vastos territórios à procura de recursos minerais, encontrados nas jazidas de carvão e ferro dos Urais, Sibéria e Ásia Central e na exploração do petróleo. Para conseguir sua autosuficiência industrial, a produção de bens de consumo foi restringida e houve uma grande ampliação da rede de energia elétrica, com a construção de várias hidrelétricas.

Esses planos, acompanhados por uma política cultural de erradicação do analfabetismo e de implantação do ensino técnico, permitiram que a União Soviética se recuperasse do atraso técnico do Império Russo e conseguisse rapidamente o mesmo nível de desenvolvimento industrial dos países mais avançados.

Em 1936, Stálin outorgou uma nova Constituição, seguida por uma intensa onda de expurgos que afastou do poder os remanescentes revolucionários de 1917 e confirmou seu poder totalitário. Iniciou-se, então, um período de terror permanente, com expurgos maciços e repetidos, que atingiram um grande número de membros do partido, da administração e do exército. Milhares de pessoas foram mortas ou enviadas a campos de trabalho forçado. Com a extrema centralização do poder e o aumento do controle burocrático e policialesco sobre sobre a população soviética, Stálin instaurou o culto de sua personalidade, transformando a ditadura do proletariado em ditadura pessoal.

A Coletivização


Voltando à questão agrícola, o primeiro plano qüinqüenal incluía um programa de coletivização agrícola que visava a consolidar as propriedades rurais em unidades maiores, de milhares de hectares, dentro do regime de propriedade comunal dos camponeses. Só com esse tipo de reorganização, declaravam os líderes russos, seria possível introduzir os novos e dispendiosos processos de mecanização, para elevar a produção agrícola do país. Era natural que o argumento não conseguisse obter o apoio dos fazendeiros mais prósperos (Kulacks),  que tinham recebido permissão de conservar a propriedade de suas terras, apesar da revolução. Essa oposição provocou um novo período de Terror, tornado ainda mais impiedoso, por uma fome ocorrida no sudeste da Rússia em 1932. Os kulacks foram liquidados, quer pela morte, quer pelo transporte para distantes campos de trabalhos forçados. Ou seja, a burguesia rural foi eliminada, a fim de ser substituída por um proletariado rural. Em 1939 a coletivização era fato consumado. Para um vasto número de russos, ela representou uma revolução muito mais imediata que a de 1917. Cerca de vinte milhões de pessoas foram retiradas das terras, que, tão logo reorganizadas em unidades maiores e mecanizada a produção, exigiam menos trabalhadores. Foram mandados para as cidades, onde a maioria passou a trabalhar em fábricas. A produção agrícola não aumentou durante os primeiros anos da coletivização. Não obstante, o plano foi benéfico para o governo. Através do controle da produção, a burocracia central pode regular a distribuição dos produtos agrícolas, destinando-os à exportação, onde necessário, a fim de pagar a importação de máquinas industriais, de extrema necessidade.

Concluindo

A coletivização da economia e como conseqüência a coletivização da terra teria como objetivo fundamental a garantia da igualdade social do povo russo. Como pudemos observar esse objetivo não foi atingido. As razões são várias:

1) A própria metodologia utilizada pelos dirigentes mostrou-se incapaz, uma vez que com o uso da força, um contingente muito grande pessoas, milhares ou até milhões, que seriam as primeiras beneficiárias, ficaram sem as suas terras e, portanto, fora do processo.

2) Não houve uma conscientização popular nesse sentido, decorrendo-se daí que não houve uma adesão espontânea ao processo, perdendo-se com isso a sua qualidade quanto ideia, porque houve necessidade do uso da força: expropriações, expulsões, prisões e envios a campos de trabalhos forçados.

3) A própria evolução histórica provou que o socialismo não se consolidou na prática. A economia soviética teve altos e baixos, alternando-se períodos de crescimento com períodos de crise, e muito menos atingiu seu objetivo geral e final que era de garantir ao povo a igualdade social.



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terça-feira, 14 de outubro de 2014

OS CERCAMENTOS


Chamaram-se “Cercamentos” ou enclosures a ocupação e o cercamento das terras comunais, o que implicou na suspensão dos contratos de arrendamento e na expulsão dos Camponeses aí instalados. Essas regiões foram utilizadas a princípio para ampliar as áreas de cultivo e de pastagem para carneiros. Com a expansão do comércio dos tecidos de lã, a necessidade crescente de matérias-primas para as industrias fez aumentar os rebanhos de ovelhas, diminuindo gradativamente as áreas dedicadas à agricultura. Esse movimento, que se iniciara no século XIII, desenvolveu-se principalmente até o século XVI Foi retomado mais tarde, em meados do século XVIII até inícios do século XIX, quando, com o apoio do governo , todos os campos abertos foram eliminados da Inglaterra.

Em fins do século XVIII e, sobretudo, no século XVIII, ocorreram na agricultura européia transformações profundas que podem ser consideradas, em parte, efeitos da Revolução comercial. A alta dos preços e o aumento da população urbana, cansados por alterações no sistema comercial, tornaram a agricultura negócio cada vez mais rendoso, com o que foram estimulados progressos no setor. Ademais, um dos efeitos da expansão ultramarina foi tornar comuns na Europa importantes culturas novas, como o milho e a batata. Provavelmente, porém , o mais importante efeito da Revolução Comercial sobre  história agrícola foi o triunfo da mentalidade capitalista. Proprietários que até então permitiram aos camponeses lavrar suas terras de maneira ineficiente passaram a seguir o exemplo dos industriais, buscando um máximo de eficiência e de lucros. Na medida em que esses proprietários estivessem dispostos a se mostrarem implacáveis, podiam adotar muitas mudanças revolucionárias.

Os países que encabeçaram o progresso na agricultura foram Holanda e Inglaterra, sem dúvida porque já haviam avançado bastante na Revolução Comercial. Como a Inglaterra teve condições de ultrapassar rapidamente a Holanda, devido às suas maiores dimensões e à maior disponibilidade de recursos naturais, podemos limitar o estudo ao caso inglês. Na Idade Média grupos de camponeses cultivavam coletivamente faixas de terras longas e estreitas, sem cercas. Dessas faixas, um terço ficava em descanso a cada ano, a fim de recuperar a fertilidade. Outras terras limítrofes eram ocupadas por pastos e campinas, para o uso de rebanhos de propriedade coletiva. Geralmente, a verdadeira propriedade de todas essas terras era mal definida ou elas eram subdivididas quase aleatoriamente. Em geral, contudo, havia um importante senhor de terras em cada área, capaz de afirmar ter a propriedade de uma grande proporção das terras, muito embora fossem lavradas para ele, por camponeses. O mesmo indivíduo podia também reivindicar a propriedade legal das pastagens e campinas. Na Inglaterra, a maioria desses proprietários decidiu “fechar” suas terras, a fim de torná-las mais lucrativas.

Os primeiros “cercamentos” na Inglaterra tiveram lugar nos séculos XV e XVI e acarretaram a transformação das terras em pastos cercados para criação de carneiros e ovelhas. Devido aos grandes lucros que poderiam ser auferidos da lã, alguns proprietários resolveram converter pastos comuns, que até então haviam sustentado os animais dos camponeses, em terras de seu uso pessoal, para a criação de ovinos. Às vezes conseguiam também converter campos de cereais em pastos de ovinos, expulsando dali os camponeses cujo direito à terra não estivesse bem caracterizado. Isso causou terríveis infortúnios aos camponeses atingidos. Como escreveu Thomas More, em Utopia, livro de 1516: “... os cordeiros, que eram antes tão dóceis e comiam tão pouco, estão-se tornando agora tão ávidos e selvagens que devoram os próprios homens (...) pois não deixam terra alguma livre para o arado”. Não foi bem assim, pois na verdade, não mais que aproximadamente 3% das terras aráveis tinham sido fechadas de 1525 e parte delas não se destinava ao pastoreio de ovinos.

Conseqüências dos Cercamentos


O movimento dos “Cercamentos”, como vimos no início não se limitou única e exclusivamente à Inglaterra, mas estendeu-se para a Holanda e também para todos os países da Europa, especialmente naqueles em que o Feudalismo se fez presente na Idade Média, sendo, portanto, um movimento mais amplo do que se possa imaginar.

O processo dos Cercamentos” beneficiou duplamente a indústria em expansão:

1)    Garantiu farta matéria prima (lã) para as tecelagens, com a ampliação das áreas de pastagens e,
2)    Assegurou um grande e barato contingente de mão-de-obra para as manufaturas devido a expulsão das terras de milhares de camponeses e pequenos proprietários, que migraram em massa para as cidades.

Mas foi o no lado humano que as conseqüências dos “Cercamentos” foram sentidas muito mais fortemente, pois os camponeses expulsos de suas terras foram parar nas cidades, como servindo como fonte de mão-de-obra barata, ficando a disposição dos empresários, sujeitando-se aos baixos salários e as condições subumanas de vida.

Com os “Cercamentos” a humanidade assistiu o inicio da ação da doutrina capitalista sobre aqueles considerados “incompetentes”, isto é, aqueles fragilizados economicamente e incapazes de gerar riquezas e lucros para os “empresários”, ditos os “melhores preparados” e, portanto, merecedores da felicidade material



Imagem: Google.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA

Socialismo: Definição

O socialismo é um sistema de organização da sociedade baseado na prioridade do social sobre a pessoa. Nesse sistema o Estado é um instrumento de um único partido que domina o cenário político e possui todo o poder político, econômico e social.

O socialismo não um sistema único. São vários sistemas de organização da sociedade fundamentados nas doutrinas sociais, que se alteram e evoluem, procurando se adaptar às circunstâncias históricas.

No sistema socialista, o Estado se transforma em órgão de poder de um partido único e assume direitos sobre a liberdade e a vida das pessoa, planificando, centralizando e controlando as atividades da nação em todos os sentidos.

No Modo de Produção Socialista, a economia visa em primeiro lugar os interesses sociais. Esse sistema predominou nos chamados “países comunistas”: União Soviética, China, Iugoslávia, Albânia, eito. Na América Latina há um único país que passou do Modo de Produção Capitalista para o Socialista:  Cuba

Há uma diferença entre o socialismo e o comunismo:
·     No socialismo, a organização social procura atender as necessidades básicas da população: educação, saúde, emprego, moradia, etc.. Mas continuam a existir diferenças sociais entre as pessoas,  salários desiguais e o Estado controla, em favor da maioria do povo, a economia e a política, bem como os meios de formação e a difusão ideológicas.
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·     O comunismo é a etapa posterior ao socialismo. Nele não haveria diferenças sociais entre as pessoas e nem mesmo existiria o Estado. Todo o povo se autogovernaria, através das organizações populares. Enquanto no Socialismo cada um recebe segundo sua capacidade        ( quem produz mais ganha mais ), .no comunismo cada um receberia segundo sua necessidade.

Características Básicas do Socialismo

Os países socialistas não formam ( ou não formavam ) um conjunto homogêneo, ou seja, não são iguais em tudo. São diferentes, tanto do ponto de vista do desenvolvimento econômico quanto na forma de organização de suas instituições políticas. No que se refere ao setor produtivo desses países, é bom lembrar que, na agricultura, uma parte significativa da produção origina-se das  propriedades particulares ainda existentes. Embora muitas vezes  com área menor que a controlada diretamente pelo Estado, essas propriedades particulares apresentam, em geral, uma produtividade maior.

Quanto as relações sociais existentes nas sociedades socialistas, é verdade que foram abolidas as classes sociais tais como se apresentam nas sociedades capitalistas, o que não significa que todos os problemas estejam resolvidos. Ao contrário, se o socialismo solucionou problemas sociais básicos, como educação, saúde, condições de moradias dignas, baixo índice de mortalidade infantil, aumentando a expectativa de vida, fim da discriminação racial, existem ainda muitos problemas a serem alucinados, como: a burocracia do Estado, a necessidade de prêmios para estimular o trabalho, os gastos excessivos de certos países com a corrida armamentista, os preconceitos ideológicos em relação à religião. Alguns países conseguiram avançar no combate a esses problemas, outros ainda permaneceram atrasados.

Numa sociedade socialista, não há separação entre os donos de capital e os donos da força de trabalho. Não há proprietários privados dos Meios de Produção (industrias, grandes extensões de terras, usinas, minas,  bancos etc ). Todos os meios de produção são controlados pelo Estado.

Em geral, continuam existindo a pequena propriedade particular de pequenos negócios ( taxi, padaria, restaurante, etc. ), geridos pelo trabalho familiar. As pessoas são também proprietárias de bens individuais: rádios, roupas, bicicletas, aparelhos de TV, etc..

Não havendo diferença entre os donos do capital e assalariados, não há antagonismo ou conflito de classes, embora haja diferenças sociais entre trabalhadores manuais e trabalhadores intelectuais.

A economia segue uma planificação global. A produção visa atender as necessidades básicas da sociedade e não o lucro da empresa.

O excedente produzido pelo trabalho do povo é recolhido pelo Estado e devolvido à população na forma de benefícios sociais: educação gratuita, atendimento médico gratuito, alimentos básicos baratos ( subsidiados pelo Estado ), prática de esportes para todos, aluguéis proporcionais aos salários. Nesse tipo de sociedade ninguém pode explorar o trabalho de outra pessoa.

Porque o Socialismo acabou?

O Socialismo como “Modo de Produção”, deixou de ser praticado, embora permaneça como teoria.

A crise maior do socialismo foi gerada pelo fato de que a sua manutenção como instrumento social, isto é, aplicado à sociedade, dependia de um Estado forte política e economicamente. O maior Estado socialista foi a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que se mostrou muito burocratizado, voltado para o militarismo para enfrentar o seu inimigo maior, os Estados Unidos.

Para se manter em igualdade de forças com o “inimigo” gastava muito com armas e soldados e a economia não seguia suprir ao mesmo tempo as necessidades sociais e militares. Em conseqüência, o Estado faliu, gerando necessidades de mudanças, que ganharam impulso, a partir da década de 80. Essas mudanças foram bem identificadas por dois eventos importantes:
·     a “Queda do Muro de Berlim”, em 1989
·     a Perestróika, implantada na URSS em 1885.

 Aliás, a Perestróika, é uma palavra russa que significa reestruturação e passou a ser utilizada, no seu sentido mais geral, indicando mudanças na economia, na sociedade e no próprio socialismo. Para viabilizar-se, a Perestróika completou-se com a Glasnost, que significa transparência. Segundo Mikhail Gorbachev (foto), ambas permitiram o estabelecimento de um socialismo humanitário, a partir do rompimento  com o sistema de administração burocrático e autoritário. O socialismo da Perestróika, segundo suas palavras, era “uma sociedade com economia eficaz, ciência, tecnologia e cultura avançadas, estruturas sociais humanizadas e democratizadas. Uma sociedade que crie premissas para a existência criativa das pessoas”.

Essa mesma postura foi colocada em prática no plano externo, contribuindo em muito para o fim da “Guerra Fria”.

Mas o autor dessas mudanças, Mikhail Gorbachev não durou muito no poder, pois logo foi substituído. Entretanto, o processo de mudanças que levou à decadência  total do socialismo não mais parou.

A ruína do socialismo desmontou as tradicionais estruturas socioeconômicas da região do Leste Europeu, aumentando o desemprego, a inflação, as desigualdades sociais e os conflitos étnicos e políticos.

Hoje, o mundo socialista está dividido em várias nações que lutam pela sobrevivência, tentando se livrar do que restou do “Modo de Produção Socialista” e procurando adaptar-se ao Capitalismo, num mundo globalizado. E as populações continuam sofrendo



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terça-feira, 7 de outubro de 2014

MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA



O Brasil é um país integrado no sistema capitalista. Aparentemente, nesse sistema predomina a “livre iniciativa, a “livre concorrência”, de modo que todos possam ter a chance de se tornar ricos, ou seja, proprietários de capital. Capital não é só dinheiro aplicado no mercado financeiro. São considerados capitalistas todos os proprietários de meios de produção (terras, minas, usinas, fábricas), os donos de bancos e de empresas urbanas e rurais. Eles formam a burguesia.

Porém, o capitalismo não oferece as mesmas oportunidades a todos. Ele é como um grande funil de cabeça para baixo. Ou uma grande pirâmide. No pico estreito estão os donos do capital, a pequena minoria que controla as grandes riquezas. No meio está a classe média, os profissionais liberais, conhecidos também pelo nome de pequena burguesia, pois nela se incluem os pequenos proprietários. O grande e largo alicerce é integrado pelos trabalhadores, os assalariados da cidade e da zona rural, que só dispõem de sua força de trabalho.

Dentro do capitalismo não se investe no que é necessário à população. Investe-se no que dá lucro. Exemplo disso é o caso do potencial hidrelétrico do Brasil. Apesar de o nosso país ter as maiores vias fluviais do mundo e energia hidrelétrica em abundância, o sistema capitalista impediu o Brasil de explorar a navegação fluvial e de construir ferrovias: assim somos obrigados a comprar petróleo e seus derivados, pois dependemos quase que exclusivamente do transporte mais caro, o rodoviário.

Os trabalhadores

No capitalismo, os grandes produtores de riquezas são os trabalhadores da cidade e do campo. Se eles param de trabalhar não há riquezas, não há bens necessários à vida. No entanto, são os que menos ganham. Os trabalhadores não podem sobreviver sem vender ao patrão a sua força de trabalho, ou seja, a atividade realizada por seus músculos e por seu cérebro para produzir bens. Os trabalhadores não conseguem algo melhor porque não lutam, desconhecendo sua força. É necessário que os trabalhadores se unam e se organizem.

Esquema de dominação
Já os donos do capital asseguram os seus interesses econômicos controlando as outras três esferas da sociedade: a política, a jurídica e a ideológica.

A esfera política

·        Nessa esfera os capitalistas controlam o Estado, impedindo que ele venha a ser ocupado pelos trabalhadores, reforçam o poder de seus partidos políticos, para que eles elejam a maioria dos deputados, prefeitos, vereadores, senadores, governadores e, sobretudo, o presidente da República. Ao controlar o Estado, eles controlam também as forças de defesa dos interesses do Estado: as Forças Armadas e as Polícias Estaduais.

 A esfera jurídica
·  Na esfera jurídica procuram aprovar leis que defendam os interesses do capital e impeçam que os trabalhadores prejudiquem esses interesses.

A esfera ideológica
· Além das forças políticas e jurídicas, os capitalistas contam ainda com uma esfera muito poderosa: a Ideológica. Ela coloca na cabeça das pessoas que a desigualdade social é um fenômeno natural e irreversível. Ela torna o pobre conformado com sua situação e tira da consciência da classe dominante qualquer preocupação para com a situação dos pobres. Enfim, a ideologia nos ensina a pensar de acordo com os interesses dominantes, aceitando a pirâmide assim como ela é. Assim, para a ideologia dominante, não é bom pensar diferente, pois isso pode levar a uma situação de revolta dos pobres, colocando em perigo o seu poder na sociedade.

Etapas do capitalismo

O Modo de Produção Capitalista nasceu com a manufatura (=trabalho manual) no Século XVI e se ampliou com a Revolução Industrial do Século XVII, na Inglaterra, que era a grande potência do mundo.

O capitalismo passou por várias etapas em sua história. No inicio, predominou a chamada “livre concorrência”, ou seja um capitalista competia com outro. Aos poucos, com a concentração de empresas e a introdução de novas tecnologias, surgiu o capitalismo monopolista (monopólio significa propriedade de um só). As grandes empresas foram levando à falência as pequenas. A empresa que tinha o monopólio de um produto passava a impor suas condições de mercado.

O Imperialismo
Os grandes países capitalistas iniciaram o Século XX tratando os demais como suas colônias. A Inglaterra dominou Uganda, Gana, Rodésia (hoje Zimbabwe), África do Sul, Índia, etc. A França dominou a Argélia e os Marrocos, entre outros. Os Estados Unidos dominaram Porto Rico e tomaram do México, um 1847 os atuais Estados do Texas, da Califórnia e do Novo México.

A relação entre metrópole e colônia se dava da seguinte maneira:
·  A metrópole tinha poder para dirigir a política e a economia da colônia
· A colônia fornecia produtos agrícolas e matérias-primas à metrópole e era proibida de ter industrias próprias
·A colônia só podia comprar produtos industrializados do país que a dominava
· Quem decidia os preços dos produtos exportados e importados pela colônia era a metrópole

Os povos de muitas colônias começaram a se revoltar. Queriam a independência e o direito de determinarem os seus destinos. Mesmo assim, a ânsia de libertação dos povos demonstrou ser mais forte que a força militar das metrópoles.

Surge, então, uma nova fase do capitalismo: o imperialismo

A diferencia entre o colonialismo e o imperialismo é que agora a dominação se faz principalmente através da dependência econômica. Os países desenvolvidos exportam capital para os subdesenvolvidos e, na forma de juros ou de lucros, recuperam duas ou três vezes mais do que investiram.

Mesmo na era da globalização em que pouco se usa a expressão “países subdesenvolvidos”, essa dependência econômica permanece ainda mais cruel, pois os países que não fazem parte dos blocos econômicos, estão excluídos do processo econômico mundial e tendem a se empobrecer ainda mais.

A forma mais sofisticada de exploração imperialista dá-se hoje através de empresas multinacionais e do controle da tecnologia que elas exercem.

Como funciona uma empresa multinacional?
Multinacional é a empresa que diversifica sua atividade por várias nações. Exemplos:
· Industrias automotoras, como a Volkswagen, a Fiat, a Ford
·  Industrias Alimentícias, como a Nestlé e a Coca-Cola
·  Industrias de eletrodomésticos, como a Philips

Antigamente, o brasileiro que quisesse comprar um carro Ford tinha que importá-lo dos Estados Unidos. Hoje em dia a Ford instalou suas fábricas pelos países do mundo e também no Brasil, a principal delas em São Bernardo do Campo, região do ABCD, em São Paulo.

Ao instalar fábricas nos países subdesenvolvidos como o Brasil, as multinacionais obtém as seguintes vantagens:
· Vendem seus produtos onde são produzidos, em gastar em transporte internacional
·Pagam menos impostos e ainda recebem subsídios e incentivos fiscais dos governos
· Contratam mão-de-obra muito mais barata que nos seus países de origem (o operário da Ford no Brasil ganha bem menos que o operário da Ford norte-americana)
·  Adquirem matérias-primas no país onde se instalam, a preço baixo
·Monopolizam o mercado, controlando-o, pois acabam com a concorrência das pequenas e médias empresas nacionais

A Educação mo Modo de Produção Capitalista
O que segue baixo é um texto de Ivo Lesbaupin, citado pelo Frei Beto, escrito em 1975, intitulado “Capitalismo e pessoa Humana”, no qual faz uma análise das oportunidades de educação nas sociedades capitalistas:

“... Chegar às universidades é coisa incomum às camadas pobres. E tudo tem a mesma causa: a exploração do trabalho. Porque, como o pai de família não ganha o suficiente, a casa não oferece condições para o estudo; a mãe tem que trabalhar e o filho não tem como obter o material escolar e, as vezes, nem mesmo a roupa para a escola. Freqüentemente o filho é forçado a trabalhar para ajudar no ornamento familiar, deixando consequentemente de estudar. Mesmo os que com muito esforço e sacrifício conseguem chegar às portas da faculdade têm que enfrentar a concorrência desleal com inúmeros outros que tiveram meios e ambiente para estudar. Pode-se dizer, portanto, que o ensino médio é seletivo, formando aqueles que tem condições financeira para tanto.

Ocorre aquilo a que nos referimos no início: o sistema capitalista, por basear-se na explorarão da grande maioria por um pequeno grupo, e por fazer do dinheiro a mola mestra do seu funcionamento, exclui a população pobre das vantagens da educação.

Verifica-se um desenvolvimento seletivo, isto é só se dá em benefício de uma classe. É ela que vai obter boas moradias, bom tratamento médico, bom ensino. A classe explorada se vê cada vez mais relegada. Aqui cabe uma observação: muitos se utilizam de exemplos de pessoas pobres que se esforçaram, estudaram com dificuldade e acabaram por vencer na vida, para dizer que no sistema capitalista todos têm as mesmas oportunidades. A diferencia seria que uns se esforcem e por isso se dão bem; outros não, daí serem pobres.

Análise da essência do capitalismo mostra que a verdade não é esta. Esses casos são exceções individuais. A classe trabalhadora como um todo nunca se enriquecerá. Os pobres como um conjunto nunca obterão condições dignas de vida. Só um ou outro pobre, um ou outro trabalhador, conseguem individualmente subir e furar o bloqueio que o prende à pobreza”.

Concluindo, é importante considerar que hoje 19% da população acima é analfabeta ou semi-analfabeta e os desempregados aproximam-se dos 40 milhões de pessoas. Há, na realidade, dois Brasis, que se contrastam:
·Um bem desenvolvido, mostrado pelos meios de comunicação, especialmente as tvs
·Outro real, pobre, distante, do qual fazem parte os excluídos do acesso à riqueza e estão confinados nos bolsões de pobreza, favelas, etc...


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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL


O Modo de Produção Feudal aconteceu durante a Idade Média, período da História que sucedeu a Antiguidade Clássica, após a queda do Império Romano do ocidente.

A sociedade feudal dividia-se em: senhores feudais (que exploravam o trabalho dos servos) e servos (que eram explorados pelos senhores feudais). Os servos não eram como escravos: eram donos de sua vida e trabalhavam ma terra para si. Eram obrigados, porém a entregar ao senhor feudal uma parte do que produziam; e durante três dias por semana trabalhavam de graça as terras do senhor. Cuidavam ainda da conservação de estradas, de pontes e dos castelos. Em caso de guerra, formam o exército do feudo e eram chamados de peões (porque iam a pé)

Os senhores feudais tinham o poder econômico porque eram os donos das terras, ou porque as tinham arrendado dos condes, que por sua vez as arrendavam dos duques, que as arrendavam dos reis... Os servos trabalhavam para sustentar toda essa hierarquia da nobreza. Os senhores feudais detinham também o poder político, porque faziam a leis do feudo e brigavam os servos a segui-las. Além disso, em caso de guerra eles chefiavam as tropas. Essas leis não permitiam que o senhor matasse ou vendesse o servo, como se fazia com o escravo, nem que o servo fosse separado de sua família. Mas impediam que o servo e sua família de abandonarem as terras do feudo.

Os senhores feudais tinham ainda o poder ideológico, graças à estreita ligação que havia entre eles e o maior poder político e espiritual da época: a Igreja Católica. A igreja chegou a ser proprietária de dois terços das terras da Europa. Era a grande “senhora feudal”. Os mosteiros medievais eram enormes feudos, repletos de servos. Como todos eram católicos e a Igreja pregava que a autoridade dos reis e dos nobres vinha de Deus, a estrutura feudal tinha na religião o seu maior apoio.

Como os servos tiravam para si e sua família uma parte do que produziam, sentiam-se estimulados a aumentar a produção. Quase tudo era produzido dentro do próprio feudo: nos campos, a agricultura e a pecuária forneciam os alimentos; nas oficinas, os artesãos fabricavam móveis, as roupas, as carroças, as enxadas, as armas, etc. Fora do feudo buscava-se pouca coisa: sal, ferro, os tecidos mais finos. Não era costume comprar: trocava-se mercadoria por mercadoria.



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