quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

MARIO SERGIO CORTELLA - E A ESPERANÇA?

Li numa publicação da editora Vozes um pequeno texto do Filósofo e Teólogo Mario Sergio Cortella, que eu respeito e muito admiro... Eis a íntegra

“Gosto de lembrar de frase de Paulo Freire, o maior de nossos educadores, grande pernambucano que nascido em 1921, partiu em 1997 deixando vida, e vida em abundância. Ele dizia:

- É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar.

Por que isto?  Por que tem gente que tem esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva”. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso é muito diferente de esperar, temos mesmo é de esperançar!

Mario Sergio Cortella, autor do livro Qual é a tua obra? Editora Vozes.

 

3 comentários:

  1. Estive em uma palestra - por sinal muito enriquecedora - do Prof.Cortella na noite de quinta-feira, 07/08/2014 e ele falou sobre o que você escreveu acima. Queria lembrar e pesquisando cheguei aqui.
    Obrigada por compartilhar conosco esse conceito.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. “...como insistia o inesquecível Paulo Freire, não se pode confundir esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que temos nesse momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações as pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem alternativa, que a vida é assim mesmo... Violência? O que posso fazer? Espero que termine... Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam... Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam... Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem... Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E, se há algo que Paulo Freire fez o tempo todo, foi incendiar a nossa urgência de esperanças.” (Mario Sergio Cortella, Folha de São Paulo, 08/11/2001)

    Folha de São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2001
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0811200123.htm
    Outras Ideias

    “A resignação como cumplicidade”
    Mario Sergio Cortella
    (Filósofo, professor da PUC-SP)

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