domingo, 30 de dezembro de 2012

MOENTO POÉTICO - SEMENTINHA


Sementinha
Agora está chorando
Enterrada será
Lastima
Porque perderá
O que mais estima
A liberdade, a luz, o calor.

Sementinha
Será feliz um dia
Isso eu lhe garanto
Importante
Sempre quis ser
Uma árvore grande
Será sem espanto.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - UM GIZ ATIRADO A ESMO


Numa dessas aulas em que o professor luta para engrenar um assunto que chame a atenção dos alunos, enquanto a classe toda insiste em falar todos de uma só vez, lá no fundo destacava-se uma garota que falava pelos cotovelos.

Já no limite de perder o controle da situação e da paciência atirei um pedaço de giz em direção da falante inveterada. Não é que o danado do giz foi cair direto entre os seios semi á mostra da garota que levou o maior susto...

E eu, entre o rubor e o amarelão do rosto, quase molhando as calças, vi o teto da sala desabar sobre minha cabeça.

Imaginem a cena e as possíveis conseqüências.

Sorte que ficou só no “... Ai que susto, professor!”

Talvez o meu medo maior fosse ter que pegar o giz de volta.

NOSSOS HERÓIS - 28 DE DEZEMBRO


Hoje, 28 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a luta pelos Direitos Humanos na América Latina.

 Massacre de Huacataz - 1977 – Peru – Camponeses Mártires

Mártires de Serra Pelada - 1987 - Brasil – 70 desaparecidos e mortos entre os mais de 100 garimpeiros caídos no rio diante de ataque da polícia. Reivindicavam mais segurança no trabalho.

 Fonte:
http://www.servicioskoinonia.org/martirologio/(Agenda Latino-americana)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

MARIO SERGIO CORTELLA - E A ESPERANÇA?

Li numa publicação da editora Vozes um pequeno texto do Filósofo e Teólogo Mario Sergio Cortella, que eu respeito e muito admiro... Eis a íntegra

“Gosto de lembrar de frase de Paulo Freire, o maior de nossos educadores, grande pernambucano que nascido em 1921, partiu em 1997 deixando vida, e vida em abundância. Ele dizia:

- É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar.

Por que isto?  Por que tem gente que tem esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva”. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso é muito diferente de esperar, temos mesmo é de esperançar!

Mario Sergio Cortella, autor do livro Qual é a tua obra? Editora Vozes.

 

NOSSOS HERÓIS - 27 DE DEZEMBRO


Hoje, 27 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a luta pelos Direitos Humanos na América Latina.

 Ângelo Pereira Xavier - 1979 - Brasil - Ângelo Pankararé - Assassinado em Brejo dos Burgos, Bahia. Lutava contra a tutela ilegal das terras indígenas, através dos próprios órgãos do estado da Bahia (Interba), contra a invasão dos latifundiários e contra a repressão policial às manifestações culturais do povo Pankararé

Fonte:

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

MOMENTO POÉTICO


NOSSOS HERÓIS - 25 DE DEZEMBRO


Ontem, 25 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a luta pelos Direitos Humanos na América Latina.

Alonso de Sandoval - 1652 - Colômbia - Padre jesuíta que testemunhou os abusos cometidos contra os escravos negros em Cartagena. Escreveu muito foi mestre de Pedro Claver, este conhecido como o “Santo dos Escravos Negros, canonizado em 1888. São palavras de Pe Alonso: “Chegam apertados, sujos, asquerosos, maltratados. “Tem correntes nos pescoços e nos pés, presos dois a dois no convés, com uma cobertura lacrada por fora que os impedem de ver o sol ou a lua. E nenhum espanhol tem coragem de se colocar entre eles sem o risco de uma, tal é o mau cheiro, o aperto, a miséria...”

Fontes:

·                     http://www.servicioskoinonia.org/martirologio/(Agenda Latino-americana)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NATAL NA COLINA - UM CONTO


Debruçada na janela, Ana, do alto da colina contemplava a tarde que caía sobre a cidade. Lá embaixo estava Manoel, que começava a escalada, vindo da mercearia onde fora comprar umas coisas para a noite que se aproximava, noite de Natal.

Enquanto Manoel subia lentamente, Ana se perdia em pensamentos e lembranças. Estava casada com Manoel há muitos anos, ambos aposentados, ganhavam muito pouco e, por isso, pagava com sacrifício o aluguel daquela casa. O único filho, José, estava longe, até bem pouco tempo era um desempregado, e não dava notícias há meses.

Mais um Natal que passariam separados, pais e filho. Ana recordava o tempo da juventude quando trabalhava de sol a sol, mas os percalços da vida causaram-lhes esta situação de pobreza, quase miséria. Muitos Natais foram bons, alegre, até fartos. E agora só restam as lembranças a saudade e esperança de ter alguma coisa para reviver, mesmo que parcialmente, esses bons momentos.

Manoel subia a colina cada vez mais lento, pois sua saúde não o ajudava, e a sacola que trazia, mesmo com pouca coisa, lhe pesava sobre os ombros, como os anos, a saudade, as lembranças, as tristezas.

Ana continuava com o olhar perdido no passado e nem percebia o burburinho da cidade que se preparava para a grande noite, e a penumbra da tarde tomava conta do dia que estava indo embora. No céu ainda avermelhado, a estrela d’Alva despontava como prenúncio de uma linda noite. A brisa suave fazia o farfalhar dos pequenos arbustos que rodeavam a casinha simples da colina.

Dentro, no canto da sala, a luz do castiçal sobre o presépio começava a iluminar o ambiente. Era a repetição do ritual de muitos e muitos anos: o presépio, a novena, terminada no dia anterior e a imagem já toda enegrecida do Menino Jesus na manjedoura, os Reis magos se aproximando, os pastores em adoração, alguns animais, uns já quebrados. Essas imagens eram os únicos tesouros ainda preservados e constituíam símbolos de uma fé que os mantinham em pé e com as cabeças erguidas.

A panela com a água fervia no fogão, em fogo baixo, mesmo sem saber o que cozinhar naquela noite.


Debruçada na janela, distraída, Ana só voltou à realidade, num repente, quando uma lágrima rolou pelo seu rosto e caiu sobre suas mãos. Só assim pode perceber que Manoel estava à sua frente, ofegante, e a esperar que lhe abrisse a porta.

A noite chegou de vez, sem a presença da lua, mas com o céu salpicado de estrelas, uma mais brilhante que as outras.

Na cidade, as luzes se confundiam com as estrelas, o barulho dos carros com os fogos. Definitivamente, chegou a noite de Natal.

Na colina, naquela casinha, permanece a silêncio. Manoel abriu a sacola: um frango assado, uma garrafa de vinho tinto suave, um bolo de forma, umas balas... Tudo que foi possível comprar!

Ana, sem dar uma palavra apaga o fogo que mantinha a água bem quente, acende o lampião e arruma a toalha sobre a mesa. Manoel vai para a sala, senta-se e fica olhando o bailado da chama do castiçal. Antes que os pensamentos o dominem por completo, Ana o chama:

- Se está com fome, vem comer... eu estou!

- Vou sim. Puxa, que canseira...!

Sentam-se. Ana reparte o que tem para comer. A comida está quase gelada. Rezam umas desencontradas Ave-Marias. Alimentam-se sem mais palavras. Bebem mais que o costume.

Passado algum tempo, um tanto bêbado, Manoel levanta-se, dirige-se para o presépio e, estático, contempla a manjedoura. Ana logo o acompanha e ficam ali, juntos, apoiando-se um ao outro, rezando mais um pouco em silêncio.

A chama do castiçal está mais forte, o presépio parece brilhar mais, realçando a imagem do Menino Jesus, que mesmo enegrecida, mas de braços abertos, sorri para aquelas criaturas, velhas, tristes, solitárias, saudosas.

De súbito, como que tomado por uma nova energia, Manoel vira-se, segura Ana pelos braços, encara-a profundamente e puxando-a para junto de si, diz com voz embargada e emocionada:

- Feliz Natal, querida!

Ana, assustada e sufocada responde, entre soluços:

- Feliz Natal, meu velho!

Permanecem assim, unidos como sempre o foram, num cálido, carinhoso e longo abraço.

Lá fora, na negritude do céu, um risco veloz de uma estrela cadente, vida do infinito termina sua luminosa trajetória, exatamente sobre aquela casinha... Deus, num sinal visível, comunicara que estava participando e abençoando aquele Natal na Colina.

 

domingo, 23 de dezembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - "ELOGIO É BOM MAS..."


Elogios, como são bons os elogios! Por mais altruístas que sejamos um elogiozinho sempre vai bem, não é mesmo?

Entretanto, às vezes, quando o orgulho fala mais alto, corremos o risco de cairmos do cavalo. Foi o que aconteceu comigo, quando ainda exercia a atividade de professor.

Conversando com um amigo que residia próximo da escola, ele me informou que vários alunos meus eram seus vizinhos e que mantinha com eles contatos freqüentes. Disse-me ainda  que tinha conversado com um deles, o Bruno, bom rapaz. Eu, curioso, desejei saber o conteúdo da conversa.

- Conversamos sobre várias coisas e principalmente sobre o custo da mão-de-obra na Empresa. Coisas que ele não sabia... E também sobre você.

- A meu respeito? (Aí minha curiosidade aumentou)

- E o que ele disse sobre minhas aulas? (O meu ego ficou aceso)

E o meu amigo fria e distraidamente concluiu:

- Ah! sim, ele disse que você é esforçado...

 

 

 

NOSSOS HERÓIS - 23 DE DEZEMBRO

Hoje, 23 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a luta pelos Direitos Humanos na América Latina.

Gabriel Félix Roger Maire (foto) - 1989 – Brasil - Sacerdote francês,  Missionário no  Brasil há mais de 9 anos, trabalhando Cariacica, um bairro de Vitoria, estado de Espírito Santo. Seu corpo foi encontrado dentro de seu veículo. Fora baleado no coração. Assim que chegou ao Brasil, passou a acompanhar as comunidades pobres de Campo Grande; passou a trabalhar com o boletim da Pastoral Operária e com o folheto litúrgico "Caminhada". Chegou a ser coordenador da área pastoral de Cariacica. Passou a ser um dos principais assessores da Arquidiocese de Vitória. Sua linha pastoral de conscientização e  organização do povo e fomento da participação dos cristãos nos movimentos populares, movimento sindical e político, que tanto preocupa os detentores do poder. Tinha 53 anos ao morrer e o povo se despediu dele com cartas de repúdio aos assassinos, mas com esperança de que a justiça saia vitoriosa.

Fontes:
·                     Imagens Google
·                     http://www.servicioskoinonia.org/martirologio/(Agenda Latino-americana)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MOMENTO POÉTICO - "CASTELOS"


 
 

 

 

 

NOSSOS HERÓIS - 19 DE DEZEMBRO

Hoje, 19 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a  luta pelos Direitos Humanos na América Latina.
 
D. Avelar Brandão Vilela (foto)- 1986 – Brasil - Arcebispo de  Salvador de Bahia. Cardeal Primaz da Igreja no Brasil. Pastor, professor e profeta da Igreja na América Latina. Morto aos 74 anos, devido ao câncer de estômago. Desde jovem desejava ser um sacerdote e, apesar da oposição de seu pai, entrou para o seminário e foi ordenado em 1935. Em 1946, ele foi consagrado bispo de Petrolina. Pertenceu ao CELAM – Conselho Episcopal Latino-americano, participou da Conferência de Medellin e do Concílio Vaticano II. Em Salvador desde 1971, sua pastoral sempre foi  uma resposta permanente à realidade social de seu povo: os camponeses marginalizados e sem terra e  sempre preocupado com o desenvolvimento humano e social dos marginalizados.
 
Alfonso Stessel - 1994 – Guatemala - Alfonso Stessel, 65 anos, sacerdote belga, assassinado numa colônia “Tierra Nueva”, na periferia da capital, cidade  de Guatemala,  por uma «mara» em conexão com órgãos de segurança do Estado. O Bispo D. Próspero Penados declarou na época: "Esta é uma perseguição sorrateira e planejada contra a Igreja Católica para silenciar sua voz”.
 
Fontes:
·  Imagens Google
·  http://www.servicioskoinonia.org/martirologio/(Agenda Latino-americana)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

RESILIÊNCIA, O QUE É ISSO?


Gostaria de comentar hoje um assunto que está na moda, especialmente na área de Recursos Humanos, quando se trata de seleção de pessoal.

A palavra é Resiliência. E o que significa isso e por que ela está em evidência?

Na física, resiliência é a capacidade de alguns corpos de voltar ao seu estado inicial, ou de se recompor, mantendo sua essência, após ter sido submetido a uma pressão externa muito forte que lhe tenha causado uma deformação. Os exemplos são vários, entre eles a mola, o elástico, a borracha. É muito citado também o bambu.

Hoje em dia o ritmo acelerado da vida, as altas exigências a que as pessoas estão sendo expostas trazem para a condição humana essa propriedade da física.

A competitividade que atualmente está muito presente nas empresas e elas precisam, de fato, ter em seus quadros profissionais de ponta para sobreviverem no mercado, não prescinde de que seus profissionais tenham entre as qualidades exigidas no quadro dos perfis exigidos, também a resilência.

Então, o que é a resiliência quando essa propriedade da física se aplica às pessoas? Quando é que as pessoas são resilientes?

As pessoas são resilientes quando suportam pressões de todos os tipos, mantendo a sua essência, ou voltando à normalidade após ter sido submetida a uma situação de alto estresse.

Vejam, hoje as empresas são multi, multirregionais ou multinacionais. De repente alguém que está muito bem estabelecido numa cidade, com sua família organizada, seu cônjuge trabalhando por perto, as crianças estudando em boas escolas, esse alguém é chamado por seu superior e é “convidado” a mudar de país. Vem de imediato toda a agonia da mudança, os prós e os contras, a situação dos filhos, a futura adaptação.  Ainda bem que trabalhar em outro país é o sonho da maioria dos profissionais, pois logo vislumbram o conhecimento de outras culturas, aprender novas línguas, etc., etc., mas e a adaptação? O mundo estranho, o clima, comida estranha e tudo mais. Mas é pegar ou largar. Essa configura uma situação em que a resiliência falará mais alto.

E outras situações da vida também colocam à prova a resiliência das pessoas. As situações de perda (falecimentos, desemprego, reprovação em concurso, reprovação no ano letivo, não atingimento de metas  o trabalho e tantas outras).

Resiliência tem tudo a ver com a estrutura psicológica da pessoa, especialmente com sua autoestima elevada, com autoconfiança, com seus conhecimentos, com sua cultura, com sua postura de vencedor. Sobrevém, sim, a dor, o sofrimento, a angústia, o estresse, mas logo isso tudo é superado e a vida segue nas mesmas condições de antes.

É o “efeito bambu”! O bambu primeiro solidifica suas raízes para depois despontar. Ele não vem sozinho, vem em grupo, em equipe. Ao crescer ele se submete ao vento. Se o vento sopra de leste para oeste ele se verga na direção oeste. Quando o vento cessa ele volta à posição ereta. Se o vento sopra na direção norte-sul, ele se verga para direção do sul e quando o vento passa, lá está o bambu em pé novamente.

Os processos seletivos das grandes empresas incluem a Resiliência entre os itens a serem avaliados nos candidatos.

E como ser uma pessoa resiliente?

As respostas não são tão fáceis, porém devem incluir estudo constante, aperfeiçoamento na língua de seu país (isso significa ler e escrever bem!) e numa segunda ou terceira línguas, leituras dos clássicos da literatura universal, independentemente de sua área de atuação, espírito de empreendedorismo, humildade, simplicidade, e jamais ser arrogante.

Assim deve ser o comportamento das pessoas, tanto dos processos seletivos, como na vida pessoal e profissional.

As tempestades, ou melhor, as pressões e situações imprevistas vêm e passam, e a vida deve seguir, com a vantagem do aprendizado. A fé em Deus, a disposição para amar, para cultivar a saúde, para o otimismo, para a simpatia e empatia, para as redes de relacionamentos saudáveis, ajudam muito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                         

NOSSOS HERÓIS - 18 DE DEZEMBRO


Hoje, 18 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a  luta pelos Direitos Humanos na América Latina.

Massacre de Ondores - 1979 - Peru – Camponeses.          

João Canuto (foto) – 1985 – Brasil – Líder Sindical Rural. O assassinato foi encomendado por latifundiários do sul do Pará.

Manuel Campo Ruiz - 1992 - Brasil – Religioso.  vítima da violência e corrupção da polícia do Rio de Janeiro. Assassinado na prisão por guardas prisionais e policiais militares ao visitar um preso. Seu corpo foi jogado em um rio e jamais foi encontrado.

Nelson Mackay – 1994 – Honduras – Recuperados seus restos mortais, o primeiro  dos 184 desaparecidos.

domingo, 16 de dezembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - "A GRANDE AULA"


Classe de Segundo Ano do Ensino Médio

A maioria dos alunos do Segundo Ano vive um período de transição, uma espécie de limbo: guarda um pouco da infantilidade ginasiana que deveria ter deixado no Primeiro Ano e ainda não atingiu a plena maturidade do Terceiro, já prestes a vivenciar a realidade da vida, caminhando com os próprios pés.

Acontece que nos meses iniciais do ano letivo o professor não conhece bem suas turmas e por isso não tem como prever como encontrar o ânimo da sala.

O fato se deu num daqueles dias em que a turma estava envenenada. Lá pelas tantas, um desses alunos “pentelhos” gritou:

- Professor, qual é a sua? O Sr. parece que não sabe nada, só fica enrolando. Queremos aula!

Por alguns poucos segundos me senti acuado. Entretanto, percebendo que o aluno até que tinha razão, fechei os olhos imaginei à minha frente não um Segundo Ano bagunceiro, mas alunos universitários ávidos em beber da sabedoria e dos conhecimentos do mestre.

E comecei. Busquei no fundo da alma todos os conhecimentos acumulados nos anos de estudo, trabalho e magistério. Os alunos acompanharam a aula em silêncio e boquiabertos.

Quanto o sinal anunciou o final das duas aulas seguidas ouvi vários elogios e, daquele que me provocou o seguinte comentário:

- Viu só professor. Se eu não tivesse reclamado, o Sr. não teria dado essa aula tão boa!

 

NOSSOS HERÓIS


Hoje, 16 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a historia daqueles que lutaram pelos Direitos Humanos na América Latina.

Eloy Ferreira da Silva - 1984 - Brasil - Líder de trabalhadores rurais em São Francisco, MG, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, foi tão ousado quanto consistente. São palavrs suas: "O trabalhador rural não é covarde, ele disse, nossa arma é a união, a organização e a verdade". Morreu aos 54 anos, deixando a esposa e 10 filhos, também ameaçados pelos mesmos grileiros, que o assassinaram.

 Mártires de Cauca - 1991 - Colômbia - Os indígenas mártires colombianos. Os habitantes da região de Cauca têm uma longa história de resistência e de luta. Primeiro contra o opressor colonial e agora contra o Estado terrorista. Desde 1971 a população indígena organizou o Conselho Regional Indígena de Cauca, o CRIC, entidade que tem sido protagonista de muitas lutas, chegando também a organizar um grupo armado de autodefesa que acabou depondo as armas em 1991 em um dos acordos de paz. Assim como todos os colombianos eles precisavam defender suas vidas. Desde a organização do CRIC os indígenas passaram a reivindicar direitos que estavam perdidos nas contas da guerra: terra, educação, saúde, proteção da natureza da mão destruidora das mineradoras.

sábado, 15 de dezembro de 2012

NOSSOS HERÓIS


Hoje, 15 de Dezembro... O calendário registra eventos que marcaram a luta pelos Direitos Humanos na América Latina.

Daniel Bombara - 1975 - Argentina

Membro da JUC (Juventude Unida Católica), mártir dos universitários comprometidos com os pobres de seu país. Apareceu morto, com fortes sinais de tortura.




 
Fonte:

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - "A VELHINHA NO ÔNIBUS"

Estava eu no ônibus urbano de São José dos Campos, SP e ao passar pela catraca, o cobrador me orientou a me segurar, pois o coletivo estava prestes a fazer uma curva e eu poderia me atrapalhar e até cair. Foi o que eu fiz.


Então o cobrador saiu com essa:

 
- Outro dia dei essa mesma orientação a uma senhorinha e ela me respondeu “PRA QUÊ? SEI ME CUIDAR... E AINDA NÃO ESTOU MORTA!”.... Tive uma vontade de lhe dar uma.....”

 
E sorriu simpaticamente.

 
Viva o Estatuto do Idoso!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MOMENTO POÉTICO - "MÃE"


Mãe
Seu amor é o meu amor
Sua paz é a minha paz
Suas lágrimas, minhas lágrimas
Quero ser também o seu sorriso

Mãe
Mesmo que chore por mim, ainda te farei sorrir

Mãe
Você me empurra
Você me segura
Você me levanta
Você me faz colocar os pés no chão
Você é um modelo de amor

Mãe
Cante nos meus ouvidos
Mesmo que eu esteja dormindo
Quero sonhar um mundo novo

Mãe
Pode haver amor maior do que aquele que dá a vida?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OS MISTÉRIOS DE GUADALUPE


A Ciência explica um fenômeno físico até um limite específico determinado pelas leis da natureza e razão humana. A partir daí remete-o para o domínio da fé.

Neste dia 12 de Dezembro o mundo católico lembra o milagre de Guadalupe.

No dia 9 de dezembro de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao nobre índio Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego, da tribo Nahua — e pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua honra na região de Tapeyac. Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo, D. Zumárraga, exigiu alguma prova de que efetivamente a Virgem aparecera. Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semidesértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo. Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto.

O manto, que tem nele impresso a imagem da Virgem, na região é chamado de “tilma”, tem se conservado ao longo dos tempos, é feito de tecido grosseiro a base de fibras de cacto, deveria ter-se desmanchado há muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original. A mesma se desfez em quinze anos. O manto de Guadalupe está lá ha 475 anos, intacto.

Muitos estudos foram feitos sobre o manto de Guadalupe e os resultados só tem feito aumentar os mistérios, inquietando, principalmente os cientistas.

A respeito da pintura. Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn, Premio Nobel de química de 1938, de origem judiia,  que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos.

No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Com o intuito de verificar se a imagem é uma fotografia. Tal análise levou à conclusão de que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante do próprio manto. Verificaram ainda que ao aproximar os olhos a menos de 10 cm do manto, a imagem desaparece, vendo-se apenas as suas fibras

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. Há registros informando que durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de deterioração.

O céu estampado no manto

Na manhã do dia da primeira aparição, 9 de Dezembro de 1531, ocorreu um Solstício de Inverno, símbolo cósmico da ressurreição do Sol, do retorno da vida. Neste Solstício a Terra começa a se aproximar novamente do Sol e, no hemisfério norte, o inverno começa a perder sua força e a luz solar chega ao planeta com maior intensidade. Para muitas culturas ao redor do mundo esta data é da maior importância, e o mesmo não era diferente para as culturas das Américas.

Também impressionante é a descoberta do doutor Juan Homero Hernández Illescas, que comprovou que no manto da Virgem de Guadalupe ficou reproduzido o mapa do céu no exato momento em que ocorreu a aparição, ou seja, na manhã do Solstício de Inverno de 1531.

Estão gravadas no manto as estrelas mais brilhantes das principais constelações visíveis desde o Vale de Anáhuac naquela madrugada de 9 de Dezembro de 1531. As estrelas estão agrupadas de forma impressionante, retratando com exatidão as constelações que testemunham a maravilha do acontecimento.

Os olhos da imagem

Extremamente intrigante e instigante são o que revelam os olhos da Virgem impressos no manto de Juan Diego.

Em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, e a partir de então muitos outros mistérios foram constatados. Na superfície de apenas 8 milímetros são possíveis serem vistas 13 figuras, fato que levou o cientista José Aste Tonsmann, da Universidade de Cornell a concluir que não foram feitas por mãos humanas, por três motivos: são imagens invisíveis ao olho humano, é impossível determinar o material usado e as figuras estão presentes nos dois olhos.

Na verdade o que se vê nos olhos da imagem é um reflexo do ambiente, mostrando o índio entregando as flores ao bispo.

O atentado

O manto de Juan Diego sofreu um atentado no dia 14 de Novembro de 1921. Nesse dia o anarquista espanhol Luciano Perez colocou ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro dele uma bomba. Ao explodir, tudo extremamente  danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem nada sofreu.

Enfim...

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.

Todos sabem que a evolução histórica dos povos latino-americanos após a chegada dos europeus no Século XVI tem sido uma sucessão de exploração e sofrimentos.  E que a luta dos povos tem sido primeiro superar essas fases e reencontrar o seu caminho livre das amarras colonialistas.

A manifestação da Virgem e Guadalupe é um sinal de que esses povos não estão sozinhos nessa caminhada.

NOSSOS HERÓIS


Hoje, 12 de Dezembro

O calendário latino-americano registra eventos que marcam a nossa  historia..

Massacre de El Mozote -1981 - El Salvador – 150 camponeses mortos durante uma manifestação por seus direitos.

Prudencio Mendoza (Tencho) -  1983 – Guatemala -  Seminarista, martir da fé, em Huehuetenango, na Guatemala., durante a ditadura. Ferido,  morre quatro horas deplois no hospital de Huehuetenango. "Tencho", entusiasta e generoso no serviço dos seus irmãos, era conhecido por sua alegria contagiante em todas as atividades organizadas de seu povo.

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

NOSSOS HERÓIS


Hoje, 11 de Dezembro, o calendário registra eventos que marcam a historia da América Latina.

1) José Palacios - 1975 – Argentina - "Pepe", presidente dos Jovens Trabalhadores Cristãos, JOC, integrante do secretariado latino-americano de Movimento Operário da  Ação Católica, MOAC, casado e pai de três filhos, metalúrgico de profissão, até  ser seqüestrado, aos 52 anos, em Cidade Jardim, da Grande Buenos Aires. Apaixonado, criativo, alegre, Pepe luta por justiça para seus irmãos. Perseguido, só consegue trabalhos simples, longe de suas capacidades. Mesmo assim não desiste de seus ideais. Porém, na manhã de 11 de Dezembro de 1975 foi sequestrado quando saía para o trabalho e nunca mais foi visto.





2) Gaspar García Laviana - 1978 - Nicarágua - Sacerdote, mártir das lutas de libertação do povo nicaragüense.

 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - O SUPLETIVO DO MEU AMIGO


 Um grande amigo meu resolveu fazer o exame supletivo e, assim, recuperar o tempo perdido pelos anos a fio dedicados ao trabalho. Caiu de cabeça... Nas dificuldades recorria aos amigos entendidos em Física, Matemática, Química, Biologia, Língua Portuguesa e outras disciplinas. Logicamente que os assuntos de História ficaram por conta do seu amigo e companheiro de longa data, o professor José Gonçalves (eu).

E assim aconteceu, apostila após apostila, exercício após exercício. Muita luta, madrugadas a fio.

Deu certo... Concluiu o Segundo Grau (e com méritos). Um exemplo! Foi homenageado na formatura, com direito até a torcida uniformizada...

Chegou o boletim com o resumo das notas: todas altas, justificando o sucesso.

Porém a menor das notas, pasmem, foi de História!

E ele não deixou por menos e fez a maior divulgação...

Vejam o “Professor de História” que eu tive! E foi uma pegação geral no meu pé...

 

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

COISAS DO COTIDIANO - VICISSITUDES DOS TEMPOS DE ESTUDANTE


ETA BROA BOA!

Morava em São José dos Campos e fiz o curso de História em Taubaté, cidade a 40 km, no tempo em que ainda era Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Trabalhava num banco... Horário maluco, salário baixo, dinheiro curto... Dispunha apenas do passe escolar e da quantia suficiente para um lanche dos mais baratos. O preferido era um copo de leite gelado e uma broa de milho.

A Estação Rodoviária ficava no centro da cidade, e um dia tudo se complicou e eu literalmente dancei. O passe tinha acabado, o dinheiro só dava para as passagens de ida e volta e para o lanchinho. Comprei a passagem, a broa e o copo de leite. A broa estava dura como pedra. Mordia e tomava leite, o tempo passando e... nada! A coisa se enrolou, quase engasguei e o ônibus foi embora.

Depois do sufoco, desolado, fui para casa, a pé, é claro! Sem problemas, pois precisava descansar mesmo!