sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ELEIÇÕES - UMA CONTRIBUIÇÃO - COMO VOTAR BEM


Quando chegam as eleições, abrem-se novas portas para o real exercício da Cidadania e dos Direitos humanos.

Fica em nossas mãos, através do voto consciente e responsável, mudar o que está errado. Cabem a nós, cidadãos conscientes, escolher o Brasil que queremos. Um Brasil onde aconteça, de fato, a cidadania, a honestidade, a justiça social, a liberdade, a paz, a saúde, a educação, com terra para todos, moradia, salário justo.

O segredo para chegarmos a um Brasil que queremos encontra-se na capacidade de elegermos não só um bom Presidente da República, um bom Governador, mas também de escolhermos bem os nossos Senadores e Deputados Federais e Estaduais.

Votar para eleger um Senador e um Deputado é muito importante. São eles que fazem as leis e fiscalizam o governo. Muitos maus políticos acabam se reelegendo.

Será que o povo é, de fato, bobo? Não! Ocorre que esses políticos são mestres na arte da manipulação.

No Brasil, o controle das televisões, rádios e jornais por uns poucos empresários, permite a manipulação em grande escala. Aliados a políticos poderosos, os donos da mídia televisiva, principalmente, tentam fazer a cabeça do cidadão e determinar o seu voto. Isto já aconteceu no passado. Prestem atenção, poderá acontecer de novo nos próximas eleições.

Votar em alguém significa dar-lhe poder para que decida questões do nosso interesse. A participação através do voto é o mínimo que podemos exigir numa sociedade democrática. Quando votamos, exercemos de alguma maneira a nossa influência sobre o sistema de governo.

Quando o contrário acontece, simplesmente não votamos, votamos nulo ou em branco, é fazer gol contra, é concordar com a realidade que está aí e impedir a mudança.

Assim, vender ou trocar o voto por promessa de emprego, cesta básica, tábuas, tijolos, etc., é pensar só em si e ignorar o bem comum. Votar só porque o patrão pediu ou porque é amigo ou parente não ajuda a mudar nada.

O voto é compromisso com o bem comum. Não faça dele uma arma onde as vítimas seremos nós mesmos, pois numa verdadeira democracia, o povo elege seus representantes, fiscaliza suas ações e participa na elaboração e na execução de seus projetos. Portanto, cuidado! As pesquisas de opinião, as informações falsas e interesseiras, visam influenciar o povo em votar em candidatos comprometidos com os interesses da classe dominante.

E importante ser prudente com as campanhas milionárias.... De onde vem tanto dinheiro de alguns candidatos que fazem campanhas onde tem tudo e nada falta? Com certeza, estes ou vão recuperar tudo com juros de eleitos ou são financiados por grandes grupos econômicos, e vão defender estes interesses depois de eleitos.

Votar conscientemente


Para votar de modo consciente, precisamos conhecer o candidato, seu partido, suas propostas, idéias e interesses.

Votar bem é votar...
·        Nos candidatos que estimulam a participação popular, consultam o povo e apresentam propostas concretas para a melhoria de suas condições de vida.
·        Em candidatos que não buscam vantagens pessoais ou de pequenos grupos, mas defendem e promovem o bem comum.

Para avaliar e conhecer os candidatos que se apresentam numa eleição é bom perguntar e responder sempre:
·        Quem é esse candidato?
·        Que atividades já desenvolveu?
·        Que preparo tem para exercer as funções do cargo que disputa?
·        É pessoa capaz de fazer sacrifícios pessoais?
·        Candidato tem espírito público e está realmente preocupado com o bem comum?

 A nossa participação

 Todo governante ou representante tem a obrigação de servir e promover o bem comum. Mas esta obrigação só será cumprida com a nossa participação, fiscalizando a atuação dos representantes eleitos.

A nossa participação pode ser individual ou coletiva, com vantagem para a coletiva, pois a força do grupo supera a do indivíduo.

Mesmo as pessoas mais pobres e exercendo as profissões mais humildes conseguem exercer poder de pressão e são ouvidas quando agem em grupo. Quanto mais numeroso e bem organizado for o grupo, maior a influência que pode exercer nos níveis municipal, estadual e federal.

Por isto, vamos nos organizar em associações diversas, participar das decisões, exigir o cumprimento de leis que promovam e defendam nossos interesses. Vamos conhecer e controlar a atuação dos governantes, cobrando-lhes transparência na administração e uma correta aplicação do dinheiro público.

Vamos votar em pessoas honestas, dispostas a quebrar as correntes da injustiça social e econômica para construirmos uma sociedade mais humana, justa e fraterna.

Durante as eleições é importante participar do processo, fazer política, isto é, conversar sobre o assunto, debater sobre o perfil do candidato ideal e comprometido com a transformação e justiça social. Combater os votos nulos, a corrupção eleitoral (compra de votos), combater os políticos carreiristas e o voto sem critérios.

Depois das eleições, devemos aceitar o resultado e reconhecer os eleitos, desde que legítimos, sem rancor e vinganças. Fazer acompanhamento dos eleitos para que cumpram o que visa o bem comum e principalmente não deixá-los “cair em tentação” e colaborar com os eleitos para defender juntos idéias e projetos que venham a atender toda a comunidade.

Separar o bom do ruim

É fundamental saber separar quem é quem na hora de votar. Para não ser enganado, a melhor coisa é:
·        Não fique sozinho. Forme um grupo com seus amigos, vizinhos e, juntos, procurem conhecer o passado de cada candidato.
·        Verifique suas propostas
·        Veja se o candidato realmente merece seu voto. É aquela velha história: “Diz-me com quem andas e te direi quem és“

Tipos de ELEITOR:

Eleitor que vota pela tradição: Há tradições, mas há outras que são atraso e fator de empobrecimento. Votar só pela tradição é argumento fraco. Será que a situação de hoje é a mesma do passado ?

Eleitor que vota no mais forte: Há pessoas que votam em candidatos mais fortes e poderosos e que estão gastando muito dinheiro com propaganda. Tais candidatos podem ser “testas de ferro” para defender os interesses de grupos privilegiados e que querem manter-se sempre no poder.

Eleitor que vota na aparência: Muitas pessoas se enganam com a aparência do candidato. O que vale mais: o papel que embrulha o presente ou o conteúdo? Um critério importante é verificar se as propostas são de fato exeqüíveis.

Eleitor que anula o voto ou vota em branco: Isto contribui para manter as coisas como estão. É preciso não abrir mão do direito de votar a fim de mudar para melhor ou evitar males maiores.

Eleitor que vai na conversa de cabos eleitorais: Muitos votam pela conversa bonita dos cabos eleitorais e por aquilo que dizem os meios de comunicação.

ELEITOR CONSCIENTE: É AQUELE QUE VALORIZA O VOTO. E PRECISO ANALISAR, REFLETIR SOBRE O PASSADO E O PRESENTE E ACREDITAR NUM FUTURO MELHOR. DEPOIS DAS ELEIÇÕES É NECESSÁRIO ACOMPANHAR OS ELEITOS.

Tipos de POLÍTICO

Político Profissional: É aquele que há muito tempo está no poder e quase nada faz de concreto para o bem comum.

Político Interesseiro: É aquele que trabalha para o seu próprio proveito, tendo em vista as próximas eleições e não o bem comum.

Político exibicionista: É o gastador de recursos públicos para a sua autopromoção. Está comprometido com os grandes grupos econômicos.

Político “engomadinho”: É aquele que fala bonito, se apresenta bem, mas não tem conteúdo e nem propostas sérias.

Político de promessa: É aquele que somente se lembra do povo na época das eleições e que abusa dos meios de comunicação com propagandas enganosas.

Político sem identidade: É aquele que muda de partido conforme as suas conveniências, não é comprometido com os anseios do povo. É conhecido também como “camaleão”, pois muda de acordo com o que mais lhe convém.

POLÍTICO IDEAL; É AQUELE QUE TEM PROPOSTA POLÍTICA VIÁVEL, DEFENDE A VIDA, OS DIREITOS HUMANOS, É SENSÍVEL AOS EMPOBRECIDOS E LUTA PELO BEM COMUM.

Pensamentos que devemos evitar:
“Vou votar em quem está na frente, porque não quero perder o meu voto”.
“Ele rouba, mas faz!”.
“Política e religião não se misturam!”.
“Política não se discute!”.
“Políticos são todos farinha do mesmo saco!”.

Assim, devemos votar em quem...
·        Defenda uma sociedade que tenha a pessoa humana como valor central, tenha uma prática política passada e presente de defesa das causas populares e do bem comum.
·        Pertença a um Partido Político com plano de governo bem elaborado, que se proponha a resgatar a nossa cidadania, e a melhorar nossa sociedade.
·        Seja honesto e que suas propostas atendam ao que esperamos para a sociedade.
·        Não faça promessas miraculosas, nem gaste muito dinheiro em campanha.
·        Não ofereça presentes ou favores pessoais para conquistar o nosso voto

Concluindo: DEMOCRACIA NÃO É FEITA SÓ DE ELEIÇÕES

Não devemos reduzir a democracia só às eleições, deixando que os eleitos tudo resolvam durante o seu mandato. Ao contrário, uma verdadeira democratização da sociedade requer que os cidadãos sejam co-responsáveis pela gestão dos bens públicos (escolas, postos de saúde, orçamento municipal) e assumam a tarefa de orientar e vigiar a administração pública por meio de conselhos paritários, previstos na lei ou que podem ser criados para garantir transparência ao serviço público e a participação do maior mero possível dos cidadãos.

Este texto
foi preparado com base numa antiga
Cartilha Política
da Diocese de São José dos Campos - SP


Imagem: Google

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