Quando chegam as
eleições, abrem-se novas portas para o real exercício da Cidadania e dos
Direitos humanos.
Fica em nossas mãos,
através do voto consciente e responsável, mudar o que está errado. Cabem a nós,
cidadãos conscientes, escolher o Brasil que queremos. Um Brasil onde aconteça,
de fato, a cidadania, a honestidade, a justiça social, a liberdade, a paz, a
saúde, a educação, com terra para todos, moradia, salário justo.
O segredo para
chegarmos a um Brasil que queremos encontra-se na capacidade de elegermos não
só um bom Presidente da República, um bom Governador, mas também de escolhermos
bem os nossos Senadores e Deputados Federais e Estaduais.
Votar para eleger um
Senador e um Deputado é muito importante. São eles que fazem as leis e
fiscalizam o governo. Muitos maus políticos acabam se reelegendo.
Será que o povo é, de
fato, bobo? Não! Ocorre que esses políticos são mestres na arte da manipulação.
No Brasil, o controle
das televisões, rádios e jornais por uns poucos empresários, permite a
manipulação em grande escala. Aliados a políticos poderosos, os donos da mídia
televisiva, principalmente, tentam fazer a cabeça do cidadão e determinar o seu
voto. Isto já aconteceu no passado. Prestem atenção, poderá acontecer de novo nos
próximas eleições.
Votar em alguém
significa dar-lhe poder para que decida questões do nosso interesse. A
participação através do voto é o mínimo que podemos exigir numa sociedade
democrática. Quando votamos, exercemos de alguma maneira a nossa influência
sobre o sistema de governo.
Quando o contrário
acontece, simplesmente não votamos, votamos nulo ou em branco, é fazer gol
contra, é concordar com a realidade que está aí e impedir a mudança.
Assim, vender ou
trocar o voto por promessa de emprego, cesta básica, tábuas, tijolos, etc., é
pensar só em si e ignorar o bem comum. Votar só porque o patrão pediu ou porque
é amigo ou parente não ajuda a mudar nada.
O voto é compromisso
com o bem comum. Não faça dele uma arma onde as vítimas seremos nós mesmos, pois
numa verdadeira democracia, o povo elege seus representantes, fiscaliza suas
ações e participa na elaboração e na execução de seus projetos. Portanto,
cuidado! As pesquisas de opinião, as informações falsas e interesseiras, visam
influenciar o povo em votar em candidatos comprometidos com os interesses da
classe dominante.
E importante ser
prudente com as campanhas milionárias.... De onde vem tanto dinheiro de alguns
candidatos que fazem campanhas onde tem tudo e nada falta? Com certeza, estes
ou vão recuperar tudo com juros de eleitos ou são financiados por grandes
grupos econômicos, e vão defender estes interesses depois de eleitos.
Votar conscientemente
Para votar de
modo consciente, precisamos conhecer o candidato, seu partido, suas propostas,
idéias e interesses.
Votar bem é votar...
·
Nos candidatos que estimulam a
participação popular, consultam o povo e apresentam propostas concretas para a
melhoria de suas condições de vida.
·
Em candidatos que não buscam
vantagens pessoais ou de pequenos grupos, mas defendem e promovem o bem comum.
Para avaliar e conhecer os
candidatos que se apresentam numa eleição é bom perguntar e responder sempre:
·
Quem é esse candidato?
·
Que atividades já desenvolveu?
·
Que preparo tem para exercer as
funções do cargo que disputa?
·
É pessoa capaz de fazer sacrifícios
pessoais?
·
Candidato tem espírito público e
está realmente preocupado com o bem comum?
A nossa participação
Todo
governante ou representante tem a obrigação de servir e promover o bem comum.
Mas esta obrigação só será cumprida com a nossa participação, fiscalizando a
atuação dos representantes eleitos.
A nossa
participação pode ser individual ou coletiva, com vantagem para a coletiva,
pois a força do grupo supera a do indivíduo.
Mesmo as
pessoas mais pobres e exercendo as profissões mais humildes conseguem exercer
poder de pressão e são ouvidas quando agem em grupo. Quanto mais numeroso e bem
organizado for o grupo, maior a influência que pode exercer nos níveis
municipal, estadual e federal.
Por isto,
vamos nos organizar em associações diversas, participar das decisões, exigir o
cumprimento de leis que promovam e defendam nossos interesses. Vamos conhecer e
controlar a atuação dos governantes, cobrando-lhes transparência na
administração e uma correta aplicação do dinheiro público.
Vamos votar
em pessoas honestas, dispostas a quebrar as correntes da injustiça social e
econômica para construirmos uma sociedade mais humana, justa e fraterna.
Durante as
eleições é importante participar do processo, fazer política, isto é, conversar
sobre o assunto, debater sobre o perfil do candidato ideal e comprometido com a
transformação e justiça social. Combater os votos nulos, a corrupção eleitoral
(compra de votos), combater os políticos carreiristas e o voto sem critérios.
Depois das
eleições, devemos aceitar o resultado e reconhecer os eleitos, desde que
legítimos, sem rancor e vinganças. Fazer acompanhamento dos eleitos para que
cumpram o que visa o bem comum e principalmente não deixá-los “cair em
tentação” e colaborar com os eleitos para defender juntos idéias e projetos que
venham a atender toda a comunidade.
Separar o bom
do ruim
É fundamental
saber separar quem é quem na hora de votar. Para não ser enganado, a melhor
coisa é:
·
Não fique sozinho. Forme um
grupo com seus amigos, vizinhos e, juntos, procurem conhecer o passado de cada
candidato.
·
Verifique suas propostas
·
Veja se o candidato
realmente merece seu voto. É aquela velha história: “Diz-me com quem andas e te direi quem és“
Tipos de
ELEITOR:
Eleitor que vota pela tradição: Há tradições, mas há outras que são atraso e fator de empobrecimento.
Votar só pela tradição é argumento fraco. Será que a situação de hoje é a mesma
do passado ?
Eleitor que vota no mais forte: Há pessoas que votam em candidatos mais fortes e poderosos e que estão
gastando muito dinheiro com propaganda. Tais candidatos podem ser “testas de
ferro” para defender os interesses de grupos privilegiados e que querem
manter-se sempre no poder.
Eleitor que vota na aparência: Muitas pessoas se enganam com a aparência do candidato. O que vale
mais: o papel que embrulha o presente ou o conteúdo? Um critério importante é
verificar se as propostas são de fato exeqüíveis.
Eleitor que anula o voto ou vota em branco: Isto contribui para manter as coisas como estão. É preciso não abrir
mão do direito de votar a fim de mudar para melhor ou evitar males maiores.
Eleitor que vai na conversa de cabos eleitorais: Muitos votam pela conversa bonita dos cabos eleitorais e por aquilo
que dizem os meios de comunicação.
ELEITOR CONSCIENTE: É AQUELE QUE VALORIZA O VOTO. E PRECISO ANALISAR, REFLETIR SOBRE O
PASSADO E O PRESENTE E ACREDITAR NUM FUTURO MELHOR. DEPOIS DAS ELEIÇÕES É
NECESSÁRIO ACOMPANHAR OS ELEITOS.
Tipos de
POLÍTICO
Político Profissional: É aquele que há muito tempo está no poder e quase nada faz de concreto
para o bem comum.
Político Interesseiro: É aquele que trabalha para o seu próprio proveito, tendo em vista as
próximas eleições e não o bem comum.
Político exibicionista: É o gastador de recursos públicos para a sua autopromoção. Está
comprometido com os grandes grupos econômicos.
Político “engomadinho”: É aquele que fala bonito, se apresenta bem, mas não tem conteúdo e nem
propostas sérias.
Político de promessa: É aquele que somente se lembra do povo na época das eleições e que
abusa dos meios de comunicação com propagandas enganosas.
Político sem identidade: É aquele que muda de partido conforme as suas conveniências, não é
comprometido com os anseios do povo. É conhecido também como “camaleão”, pois
muda de acordo com o que mais lhe convém.
POLÍTICO IDEAL; É AQUELE QUE TEM PROPOSTA POLÍTICA VIÁVEL, DEFENDE A VIDA, OS DIREITOS
HUMANOS, É SENSÍVEL AOS EMPOBRECIDOS E LUTA PELO BEM COMUM.
Pensamentos
que devemos evitar:
“Vou votar em quem está na frente, porque não quero
perder o meu voto”.
“Ele rouba, mas faz!”.
“Política e religião não se misturam!”.
“Política não se discute!”.
“Políticos são todos farinha do mesmo saco!”.
Assim,
devemos votar em quem...
·
Defenda uma sociedade que
tenha a pessoa humana como valor central, tenha uma prática política passada e
presente de defesa das causas populares e do bem comum.
·
Pertença a um Partido
Político com plano de governo bem elaborado, que se proponha a resgatar a nossa
cidadania, e a melhorar nossa sociedade.
·
Seja honesto e que suas
propostas atendam ao que esperamos para a sociedade.
·
Não faça promessas
miraculosas, nem gaste muito dinheiro em campanha.
·
Não ofereça presentes ou
favores pessoais para conquistar o nosso voto
Concluindo:
DEMOCRACIA NÃO É FEITA SÓ DE ELEIÇÕES
Não devemos reduzir a
democracia só às eleições, deixando que os eleitos tudo resolvam durante o seu
mandato. Ao contrário, uma verdadeira democratização da sociedade requer que os
cidadãos sejam co-responsáveis pela gestão dos bens públicos (escolas, postos
de saúde, orçamento municipal) e assumam a tarefa de orientar e vigiar a
administração pública por meio de conselhos paritários, previstos na lei ou que
podem ser criados para garantir transparência ao serviço público e a participação
do maior número possível dos cidadãos.
Este
texto
foi
preparado com base numa antiga
Cartilha
Política
da Diocese de São José dos Campos
- SP
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