Abu
Abdallah Mohammed ibn Musa Al-Khwarizmi, foi uma das mentes mais brilhantes da
Idade Média (matemático, geógrafo, astrônomo e historiador), nascido por volta
do ano 780 na região ao sul do Mar de Aral, hoje Uzbequistão e faleceu em
Bagdá, capital do então Império Persa, por volta do ano de 850. Fez parte da
famosa Casa da Sabedoria, criada pelo califa AL-Mamum em Bagdá.
Al-Khwarizmi,
escreveu tratados sobre vários ramos do conhecimento, principalmente sobre a
matemática, como aritmética, álgebra, astronomia, geografia, calendário,
incentivado que foi por Al-Mamum, este preocupado em oferecer regras simples de
cálculo para uso da população comum, como o comércio, partilha de terras,
escavação de túneis, distribuição da colheita, etc. etc.. Na verdade,
Al-Khwarizmi buscou o que os indianos desenvolveram nas diversas áreas do
conhecimento, amplio-os e sistematizou-os, inclusive o uso do “zero”.
Seus
tratados ganharam notoriedade, foram estudados por outros cientistas da Idade
Média. Do conjunto de sua obra surgiram palavras ou expressões da matemática, usadas
até hoje (e assim será sempre) todas ligadas ao seu nome, como a própria
álgebra, o algarismo e o algoritmo. Al-Khwarizmi é considerado um dos
precursores do Renascimento cultural da Idade Moderna. Entretanto, é ainda um
personagem que merece ser mais bem conhecido.
Sim,
mais bem conhecido, pois em meio a tantas facilidades da Era da Informação,
fica difícil, especialmente para as gerações novas compreenderem as raízes do
conhecimento e em que condições pessoas deram inicio a essa maravilhosa
caminhada do homem em direção do saber e do domínio da natureza.
Al-Kawarizmi
foi um humanista, uma inteligência rara que viveu para além do seu tempo, tempo
de obscuridade. Há um diálogo atribuído a ele em que é instado a comparar a
matemática com o ser humano. É o que segue.
Perguntaram
a Al-Khwarizmi sobre o ser humano e ele respondeu
- Se tiver Ética, então é igual a 1 (um)
- Se também for Inteligente, acrescente 0
(Zero) e será igual a 10 (dez)
- Se também for Rico, acrescente mais um 0
(zero) e será igual a 100 (cem);
- Se ainda for Belo, acrescente mais um 0
(zero) e ele será igual a 1000 (mil);
- Mas se ele perder o 1 (um), que corresponde
a Ética, então perderá todo o seu valor, pois restarão apenas os zeros.
Pois é,
podemos fazer exercícios e variações. Sem Ética o ser humano continuará sendo
apenas “zeros”. Até quando
continuaremos a menosprezar os “clássicos” e a não respeitar os valores mínimos
da conduta humana?
E haja
corrupção...
José Gonçalves dos Santos
Imagem:
Google
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